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Eduardo Lourenço recusa uma “nova revolução”

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Carlos Botelho / Flickr

Eduardo Lourenço por Carlos Botelho

Eduardo Lourenço por Carlos Botelho

O pensador Eduardo Lourenço defendeu hoje que só o respeito pela Constituição é consentâneo com a indignação dos portugueses que estão a sofrer, recusando “movimentos incontrolados” ou uma “nova revolução”.

Eduardo Lourenço foi o orador convidado dos almoços organizados pela associação 25 de Abril, inseridos nas comemorações dos 40 anos da revolução dos cravos.

O pensador disse compreender “perfeitamente” as “reações de indignação, de sofrimento, ao que se está passar, sobretudo, sofrimento pessoal de uma parte da população mais afetada”.

“Penso que só o respeito dessa mesma Constituição e do seu espírito é que é consentâneo com essa indignação”, afirmou aos jornalistas.

“Não penso que seja esperado movimentos incontrolados, nova revolução, coisas desse género, neste momento, porque a Europa não está vivendo nesta perspetiva. E mais, já é uma coisa extraordinária que Portugal possa manter o essencial das conquistas de Abril, que é ideia de democracia e aquilo a que ela obriga”, sublinhou.

Para Eduardo Lourenço, “basta ler a Constituição” e não é necessária “outra referência”.

“O contributo do 25 de Abril na nossa história contemporânea, para aquilo que Portugal é neste momento, foi o de ter restaurado o nosso passado democrático”, afirmou, sublinhando que “esse bem mais precioso” está consignado no documento que saiu da revolução, a Constituição.

Já durante a sua intervenção Eduardo Lourenço tinha afirmado que só aceitaria uma revolução “amanhã” se soubesse que seria como o 25 de Abril, mostrando-se cauteloso relativamente a outro tipo de movimentos.

“Os custos dessas aventuras são sangrentos, difíceis”, afirmou, referindo que não é possível antecipar “como acabam”.

/Lusa

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