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Contabilista revela que Salgado falsificou contas numa folha de Excel

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Manuel de Almeida / Lusa

Ricardo Salgado, ex-presidente do BES

O contabilista do Grupo Espírito Santo, Machado da Cruz, contou na Comissão de Inquérito Parlamentar como é que Ricardo Salgado escondeu o passivo do Espírito Santo Internacional. O ex-presidente do BES terá forjado as contas numa folha de Excel.

Estes dados são divulgados pelo Observador, que teve acesso a afirmações do contabilista que não constam do relatório da comissão de inquérito que foi divulgado esta semana, que não incluirá os detalhes sujeitos a segredo de justiça.

Machado da Cruz terá dito à Comissão de Inquérito Parlamentar, numa sessão à porta fechada, que “havia um documento de contabilidade paralela com os dados da real situação financeira da Espírito Santo International, actualizado todos os meses” pelo próprio Ricardo Salgado, evidencia o mesmo jornal.

A ocultação do passivo, que terá começado em 2008, seria feita no escritório de Ricardo Salgado, na sede do BES em Lisboa, com recurso a uma folha de Excel. Documento este que a Comissão de Inquérito não recebeu, com o contabilista a alegar que estaria no seu computador na Suíça.

“As obrigações de longo prazo foram recalculadas, tendo em conta o que valiam no fim desse ano (ou seja, como se naquele momento tivessem valor de encaixe nas contas da ESI)”, procedimento “repetido diversas vezes, até 2012 – aumentando o buraco real nas contas, até atingir os 1,3 mil milhões em 2013“, relata o Observador.

O contabilista terá dito ainda, segundo a mesma publicação, que recebeu instruções de Ricardo Salgado para dizer à comissão de auditoria da Espírito Santo Finantial Group (ESFG) que “o problema nas contas era um erro, logo não premeditado“.

Machado da Cruz justificou ainda, perante os deputados, que não podia contrariar uma ordem do chefe máximo.

De acordo com a versão do contabilista relatada pelo Observador, mensalmente era feito um relatório com “a contabilidade correcta de todas as holdings do grupo” que era enviado a Ricardo Salgado e ao “controller” financeiro do Grupo Espírito Santo, José Castella, mas “que não as revelava ao Conselho Superior do grupo”, constata a dita fonte.

ZAP

3 Comments

  1. Andam os carteiristas o dia inteiro no 28 para tirar uns trocos aos turistas, andam outros a rebentar caixas multibanco de madrugada, outros ainda a roubar ourivesarias e bombas de gasolina à mão armada. É o que dá a malta não estudar, têm que aprender com o mestre da roubalheira, basta martelar uns números no Excel para sacar uns milhões!!!

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