Portugal registou um aumento exponencial (mais de 70%) da dívida pública, ao longo dos últimos 50 anos.
O que aconteceu à dívida pública de Portugal desde o 25 de Abril de 1974?
Essa foi a análise feita pela corretora XTB, que olhou para os números anuais ao longo dos últimos 50 anos.
Em comunicado enviado ao ZAP, destaca-se uma contabilidade: Portugal registou um aumento exponencial (mais de 70%) da dívida pública, nesse período.
Logo a seguir à Revolução dos Cravos, a dívida pública portuguesa aumentou mais de 70% em 1973, comparando com o último ano completo do Estado Novo.
Houve esforços significativos para modernizar infraestruturas, expandir serviços sociais e integrar-se na economia europeia e global. Sinónimo de mais gastos públicos e acumulação de dívida.
A primeira década foi complicada. Portugal pediu ajuda externa em 1977 e em 1983 (mas sem os resultados que os Governos queriam).
A subida sempre acima dos 30%, ano após ano – exceptuando 1980, com apenas 14% – foi travada a partir de 1986: Portugal entrou na Comunidade Económica Europeia.
Ainda relacionado com essa adesão, a década 1990 foi claramente a mais suave no século passado, com anos em que o aumento da dívida até foi de apenas 1%. Havia mais investimento, mais consumo interno, maior crescimento económico.
O virar do século trouxe o euro, novas exigências fiscais e monetárias – que redefiniram a gestão da dívida pública.
Ainda hoje a trajetória da dívida pública de Portugal continua a depender muito de fatores externos.
Dois marcos importantes foram conquistados muito recentemente: as descidas no valor total em 2021 e 2023, comparando com os anos anteriores. E com números dentro da média europeia, anos depois.
Em 1974, fazendo conversões, a dívida pública era de 397 milhões de euros. Em 2023, a dívida pública fixou-se em 263 mil milhões de euros. Mas ficou abaixo dos 100% do PIB (98,7%), algo que não acontecia desde 2009.
Ao longo destes 50 anos, Portugal aumentou a sua dívida exponencialmente – mas também aumentou a sua produção exponencialmente.