Cansou-se de limpar as janelas? Cientistas chineses criam vidro que se limpa sozinho

Uma equipa de investigadores chineses afirma ter criado um novo tipo de vidro que não se suja. O material usa campos elétricos para impedir que a sujidade, seja proveniente do pó ou de outras partículas, se fixe à superfície. Além disso, não necessita de químicos, água ou qualquer outro tipo de produto.

Um novo tipo de vidro, desenvolvido por cientistas chineses, usa um sistema electromagnético para remover pó e outras partículas, sem recurso a produtos químicos nem água.

A invenção, apresentada num artigo recentemente publicado na revista Advanced Science, promete grandes benefícios tanto para instalações fotovoltaicas como para superfícies envidraçadas em edifícios.

O funcionamento do sistema baseia-se num fenómeno físico denominado transporte lateral anómalo, que permite o movimento controlado de partículas carregadas ao longo da superfície do vidro.

Isto é possível através da integração de elétrodos de óxido de índio e estanho (ITO) e de uma fina película dieléctrica de PET, que evita descargas e preserva a integridade do material.

Este design permite que as partículas suspensas no ar, uma vez depositadas no vidro, se desloquem até saírem da superfície, sem comprometer a visibilidade, explica o El Confidencial.

Segundo testes de laboratório, o sistema conseguiu eliminar até 95,34 g/m² de sujidade em apenas dez segundos, mantendo uma transparência óptica com uma redução de apenas 1,6 % no espectro visível.

O impacto desta inovação é especialmente relevante em regiões áridas, onde a acumulação de pó nos painéis solares pode reduzir o seu rendimento em até 50%.

Neste contexto, o vidro com tecnologia electromagnética conseguiu recuperar até 94,3% da potência perdida devido à sujidade acumulada, mantendo um desempenho superior a 89 % mesmo em simulações com pó desértico real.

Além de reduzir o consumo de água nas tarefas de limpeza, este tipo de material poderá eliminar a necessidade de manutenção manual em locais de difícil acesso, o que se traduz em poupança de recursos e menor desgaste das instalações.

As potenciais aplicações vão desde fachadas envidraçadas a dispositivos tecnológicos que necessitem de superfícies limpas de forma contínua.

Os investigadores salientam que o design mantém as propriedades ópticas do vidro, algo essencial para a sua utilização tanto em habitações particulares como em instalações industriais.

O sistema permanece seguro graças à película dieléctrica, que evita riscos eléctricos — e minimiza o desgaste do material ao longo do tempo.

ZAP //

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