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Cientistas criam a primeira quimera: um híbrido de humano e porco

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(dr) Salk Institute for Biological Studies

O investigador Juan Carlos Izpisua Belmonte

O investigador Juan Carlos Izpisua Belmonte

Uma equipa internacional de cientistas do Salk Institute for Biological Studies, nos EUA, diz ter criado um ser híbrido meio humano meio porco, através de uma experiência cujos resultados foram divulgados esta quinta-feira.

Segundo Juan Carlos Izpisua Belmonte, o cientista valenciano que lidera a equipa de investigadores, o objectivo da pesquisa é criar “tecidos funcionais ou órgãos que possam ser transplantados” sem rejeição.

Para realizar a inédita experiência, numa primeira fase a equipa de cientistas começou por introduzir células estaminais humanas em embriões de um porco num estágio inicial de desenvolvimento, permitindo-lhes criar cerca de 2.000 híbridos, que depois então introduzidos no corpo de uma porca.

Estes 2.000 embriões permaneceram em gestação durante 28 dias, período que corresponde ao primeiro trimestre de gestação destes animais, após o que foi extraído o feto de 186 deles, terminando assim o processo.

Os resultados da experiência foram publicados esta quinta-feira na revista científica Cell.

Belmonte diz que este período é suficiente para que os embriões se desenvolvam de forma a que os cientistas possam analisá-los “sem preocupações éticas“.

De acordo com o cientista, a possibilidade de um animal com células humanas nascer é algo que poderia causar problemas éticos fora do mundo científico. “A sociedade tem de decidir o que se deve fazer”, ressalta.

Entretanto, este experimento, o primeiro que permitiu cruzar células de duas espécies muito diferentes, poderá oferecer novas oportunidades à ciência para investigar doenças diferentes e a forma como elas afectam o corpo humano.

Os cientistas esperam que estas experiências abram caminho para pesquisar métodos de criação de órgãos para transplantes gerados a partir de células do próprio receptor. Assim, a rejeição dos tecidos seria evitada, resolvendo o problema da falta de doações de órgãos no mundo.

Mas esta experiência é mais do que apenas uma revolucionária técnica de desenvolvimento de órgãos para transplantes sem rejeição. É a primeira quimera viável conhecida.

Na mitologia tradicional, dá-se o nome de quimera a qualquer animal que tenha partes do corpo de outro animal. Várias equipas de cientistas em todo o mundo estão a realizar experiências juntando partes de animais com partes humanas.

Mas esta é a primeira vez que é aceite pela comunidade científica, depois de validado num sistema de revisão por pares, o resultado de uma experiência de quimerismo em laboratório com animais de porte que suportem órgãos com as dimensões dos que existem no organismo humano.

E provavelmente, Juan Carlos Izpisua Belmonte ficará nos anais da ciência por ter criado a primeira quimera da história da humanidade — se ainda pudermos chamar-lhe isso.

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8 Comments

  1. Há um incorreção neste artigo. O primeiro híbrido com porte para órgãos humanos foi o cruzamento de vaca com gaivota que o Costa inventou.

  2. Se há coisa com que os cientistas não se preocupam é com questões éticas. Ninguém quer saber do sofrimento dos animais durante estas esperiências. Porque é que não testam em voluntários humanos? Ou nos assassinos e psicopatas que vivem nas prisões à custa do Estado? Os resultados seriam bem mais fiáveis.

  3. Tanto ódio…
    Faz lembrar os “betinhos” da classe média alta e alta que falam em direitos humanos para os presos!!!
    Enquanto são imunes fica sempre bem defender os direitos humanos e dos animais. Quando são alvo de 1 crime ou de 1 doença grave ou sem cura tudo mudo. Já aceitam tudo mesmo que vá contra tudo aquilo em que acreditavam e diziam.

    Todos somos mais ou menos contra os maus tratos a animais mas depois todos vamos ao talho buscar a carne, à peixaria buscar o peixe, ou comer marisco que até foi colocado vivo na panela de água a ferver. E aqui pensamos em maus tratos? claro que não pois a necessidade primária do homem vem sempre em 1.º.
    Até quem não come carne ou peixe para se alimentar acaba por destruir a vida a seres vivos e onde fica essa preocupação???

    O que é fundamental é definir-se os limites da ética e nesse campo para muitos a ética não tem limites …

  4. O objectivo é puxar a agenda satanica até ao seu expoente maximo, e todos vão atrás da orquestra.
    Se já acham 2017 fascinante esperem até 2025 eheheheheh
    «O povo é sereno»

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