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Banco angolano escondeu accionistas das autoridades portuguesas

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O Banco de Negócios Internacional, uma entidade financeira angolana que funciona em Portugal desde 2014, foi apanhado pelo Banco de Portugal a esconder o nome de alguns accionistas, entre os quais o do construtor civil que deu uma prenda de 14 milhões de euros a Ricardo Salgado.

O caso é reportado pelo jornal Expresso, que adianta que a eurodeputada Ana Gomes solicitou “intervenção urgente” à Procuradoria Geral da República para apurar como é que o Banco foi autorizado a funcionar em Portugal, em 2013, após ter prestado, alegadamente, “falsas informações ao Banco de Portugal” durante o processo de licenciamento.

O semanário nota que o BNI “ocultou os nomes de seis investidores que fizeram transferências de sete milhões de euros para uma conta na Caixa-Geral de Depósitos (CGD) em Portugal, de forma a participarem no capital social da filial de Lisboa, o BNI Europa”.

Entre estes accionistas “escondidos” estará José Guilherme, o construtor civil que deu a Ricardo Salgado uma “prenda” de 14 milhões de euros, e o seu filho Paulo Guilherme, que terão feito transferências de 3,2 milhões de euros.

O Expresso identifica ainda transferências de 1,25 milhões de um investidor angolano, Eurico de Brito, e de 1,4 milhões de um empresário libanês com negócios em Angola, Wissam Ali Nesr, e de 550 mil euros do Banco Privado Internacional, IFI, em Cabo Verde, que tem na sua administração elementos que também administram o BNI.

“As referências à realização de capital social do BNI Europa eram explícitas nas ordens de transferência registadas na CGD”, aponta o jornal, realçando que o BNI Angola justificou os valores como sendo uma antecipação de uma “eventual futura aquisição” de acções.

Argumento que o Banco de Portugal não considerou válido, ameaçando inviabilizar a licença do BNI Europa alegando que o “esquema de ocultação impedia a verificação obrigatória por lei da idoneidade dos investidores”, conforme se escreve no jornal.

bni.ao

Mário Moreira Palhares, ex-vice-governador do Banco Nacional de Angola, presidente e maior accionista do BNI

Mário Moreira Palhares, ex-vice-governador do Banco Nacional de Angola, presidente e maior accionista do BNI

O BNI terá devolvido então os sete milhões de euros aos investidores ocultos e o Banco de Portugal acabou por emitir a licença para o funcionamento do BNI Europa, apesar de a entidade apontar a necessidade de manter “uma vigilância reforçada” sobre a instituição.

O Expresso refere ainda que na altura em que foi emitida a licença, decorria em Portugal um inquérito-crime por suspeitas de branqueamento de capitais, no âmbito da venda de apartamentos no edifício Estoril-Sol Residence.

No caso está envolvida uma empresa com ligações a um dos principais accionistas do BNI Angola, Ivan Leite de Morais, filho de José Pedro de Morais Júnior, o ex-ministro das Finanças e actual governador do Banco Nacional de Angola.

Fundado em 2006, o BNI Angola tem entre os seus investidores Tchizé dos Santos e José Eduardo Paulino dos Santos, filhos do Presidente de Angola, José Eduardo dos Santos.

O presidente do Banco e seu maior accionista, com 28% do capital, é Mário Moreira Palhares, ex-vice-governador do Banco Nacional de Angola.

Entre os principais accionistas está ainda o general João de Matos, antigo chefe de Estado-Maior-General das Forças Armadas Angolanas (11,63%), além do já mencionado Ivan Leite de Morais (5,29%).

ZAP

3 Comments

  1. E o idiota do povinho continua a acreditar que é culpa sua, de o
    dinheiro não lhe chegar sequer, para as necessidades básicas…

  2. Se o Banco de Portugal fizer uma vigilância tão reforçada como a que foi feita em relação aos outros bancos, podemos desde já ficar descansados porque o Sr. Carlos Costa não nos dará mais notícias tristes. Não me façam rir.
    Não venderam o Banif ao fundo americano Apolo porque não tinha licença mas para o BNI ”…foi emitida a licença, decorria em Portugal um inquérito-crime por suspeitas de branqueamento de capitais”… O QUE PENSAR ??? Todos bons rapazes.

  3. Nem o omo lava mais branco. O povo Angolano na miséria, e estes abutres a gozarem os milhões roubados cá em Portugal. Onde pára a policia???????????????????

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