Presidente da Ucrânia é o nome mais recente de uma lista que inclui recentemente líderes de Rússia, EUA e Alemanha.
Xi Jinping, Tribunal Supremo dos Estados Unidos da América, Elon Musk, Liz Cheney, MacKenzie Scott, manifestantes no Irão, Ron DeSantis, Janet Yellen.
A personalidade do ano da revista Time poderia ter sido atribuída a qualquer uma destas pessoas, ou grupo de pessoas.
Mas foi Volodymyr Zelenskyy a ser eleito, sem grandes surpresas.
“Quer a batalha pela Ucrânia traga esperança ou medo, Volodymyr Zelenskyy galvanizou o mundo de uma maneira que não vemos há décadas”, escreveu o editor-chefe da Time, Edward Felsenthal, para quem a escolha “nunca tinha sido tão clara”.
Zelenskyy fica com a distinção em 2022, juntando-se a uma lista que, só nos últimos anos, inclui líderes de Rússia, EUA e Alemanha.
E Vladimir Putin foi eleito personalidade do ano em 2007. Na altura a revista justificou a decisão com o facto de aquele ter sido o ano com mais sucessos para o presidente da Rússia. “Assegurou o seu futuro político a nível interno. A nível externo, expandi a sua influência descomunal – embora nem sempre benigna – nos assuntos globais”.
Na mesma explicação, a Time sublinhou algo importante: “A personalidade do ano não é, e nunca foi, uma honra. Não é uma homenagem. Não é um concurso de popularidade. Na melhor das hipóteses, é um reconhecimento do mundo como é e dos indivíduos e forças mais poderosas que moldam esse mundo -para o bem ou para o mal. Em última análise, trata-se de liderança“.
“Putin não é escoteiro. O Ocidente não o considera um democrata. Não é um modelo de liberdade de expressão. Prioriza, acima de tudo, estabilidade – estabilidade antes da liberdade, estabilidade antes da escolha, estabilidade num país que dificilmente a viu, nos últimos 100 anos”, justificou a Time.
E a revista também deixava este comentário: “Veremos, ao longo da próxima década, se Putin é um reformista ou um autocrata que leva a Rússia de volta a uma era de repressão”.
Mas, naquele ano, Putin conseguiu “impor estabilidade a uma nação que raramente a conhece e trouxe a Rússia de volta à mesa do poder mundial”.
Antes, também houve reconhecimentos a outros líderes russos ou soviéticos: Estaline (duas vezes), Khrushchev, Andropov e Gorbachev.
Elon Musk foi a personalidade do ano em 2021. Antes foram eleitos, na última década, nomes como Joe Biden/Kamala Harris, Greta Thunberg, Donald Trump, Angela Merkel ou Papa Francisco.
Desde 2000 dois antigos presidentes dos EUA já foram eleitos duas vezes: George Bush e Barack Obama. Outro antigo presidente dos EUA, Franklin Roosevelt, é a única pessoa eleita três vezes, até hoje.
Aliás, a personalidade do ano é frequentemente o presidente dos EUA. Seja qual for o nome, seja qual for a época: Clinton, Reagan, Carter, Nixon, Johnson, Kennedy, Truman… Quase nenhum foi esquecido.
Charles Lindbergh foi a primeira personalidade do ano, em 1927. Foi a primeira pessoa a realizar um voo que sobrevoou o oceano Atlântico, entre EUA e França.