“Yes we did”: Obama despede-se da presidência de forma emocionada

1

https://www.youtube.com/watch?v=9b-n5EJScH8

O presidente dos Estados Unidos fez um discurso de despedida esta terça-feira, em Chicago, a sua terra natal, a poucos dias de deixar o cargo que ocupou durante oito anos.

Barack Obama disse ontem adeus à Presidência dos Estados Unidos ao fim de oito anos de mandato. O discurso foi feito em Chicago, a sua terra natal, no centro de convenções McCormick Place, perante 20 mil pessoas.

No discurso, que durou cerca de uma hora, o ainda Presidente pediu aos americanos que se unam para lutar contra os desafios que ameaçam a democracia do país.

“A democracia requer uma noção básica de solidariedade. Apesar de todas as nossas diferenças, estamos todos juntos nisto. Vamos vencer ou falhar juntos. Todos nós, independentemente do partido, devemos entregarmo-nos à tarefa de reconstruir às nossas instituições democráticas”, afirmou, adaptando o seu slogan de campanha “Yes we can” para “Yes we did”.

No entanto, Obama também recordou algumas coisas menos boas como, por exemplo, as questões raciais, que continuam muito presentes no território americano.

“Depois da minha eleição, falou-se muito de uns Estados Unidos pós-raciais. Essa visão, ainda que bem-intencionada, nunca foi realista. Porque a raça continua a ser uma força potente e frequentemente divisiva da nossa sociedade”, recordou.

O chefe de Estado apelou também para a defesa dos direitos de outras minorias bem como para as desigualdades económicas. “A desigualdade absoluta também é corrosiva para os nossos ideais democráticos”, declarou.

Avisos a Trump

E ainda houve tempo para deixar uns recados ao seu sucessor, Donald Trump, nomeadamente sobre as alterações climáticas e as relações com a Rússia e a China.

Obama afirmou que negar que o aquecimento global existe significa trair as próximas gerações. “Podemos e devemos discutir sobre a melhor abordagem para resolver o problema. Mas simplesmente negar o problema, não é apenas trair as gerações futuras, mas trair o espírito essencial deste país, o espírito essencial de inovação e capacidade de resolver problemas que guiou os nossos fundadores”, disse esta noite em Chicago.

Olhando para o panorama internacional, Obama apelou a que os EUA se mantenham “vigilantes, mas não assustados”, defendendo que as duas outras potências mundiais que lutam pela hegemonia global, a Rússia e a China, não a conseguirão, a não ser que o país mude drasticamente.

Rivais como a Rússia e a China não podem superar a nossa influência no mundo, a não ser que renunciemos ao que defendemos e nos convertamos noutro país grande que abusa dos seus vizinhos mais pequenos”, disse.

Obama lembrou ainda que nenhuma organização terrorista estrangeira conseguiu realizar um atentado no país durante os seus oito anos na Casa Branca e assegurou que o grupo extremista Estado Islâmico “será destruído”.

“Apesar de [os atentados de] Boston, Orlando ou San Bernardino nos lembrarem de quão perigosa pode ser a radicalização, os nossos agentes estão mais atentos e são mais eficientes que nunca”, sublinhou.

“Tem sido uma honra servir-vos”

A menos de duas semanas da sua saída, Obama elogiou Joe Biden, que disse ter sido a sua primeira e melhor escolha para vice-presidente, e agradeceu à sua mulher Michelle e às filhas, Malia e Sasha.

“Michelle, nos últimos 25 anos, tens sido não apenas a minha mulher e mãe das minhas filhas, mas também a minha melhor amiga. (…) Uma nova geração fixa as suas metas mais além porque tem-te como modelo (…) Deixaste-me orgulhoso. Deixaste o teu país orgulhoso”, disse.

“Malia e Sasha, vocês tornaram-se duas fantásticas jovens, espertas e lindas, mas mais importante, gentis e atenciosas”, prosseguiu.

No final, deixou uma palavra de agradecimento aos povo americano. “Meus companheiros, tem sido a honra da minha vida servir-vos”.

Trump assume funções no próximo dia 20 de janeiro. Durante o discurso de Obama, várias pessoas gritaram repetidamente “Mais quatro anos”, algo que não é permitido pela Constituição norte-americana.

ZAP // Lusa / Move

1 Comment

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.