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Votação inédita com um deslize da AR TV. Direita e Esquerda alinhadas no caso CGD

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Manuel de Almeida / Lusa

O relatório final da comissão parlamentar de inquérito à Caixa Geral de Depósitos (CGD) foi aprovado por unanimidade. É a primeira vez que todos os partidos se juntam, no mesmo lado da barricada, num inquérito à banca.

Os deputados aprovaram o relatório às 21:20 horas, depois de quase oito horas de debate e votações, incluindo duas horas à porta fechada. Mas alguns dos momentos da reunião acabaram por ser transmitidos, indevidamente, pelo canal do Parlamento.

Foram, ao todo, 47 minutos de transmissão na AR TV até que alguém alertou para o facto, para espanto do deputado João Almeida, do CDS, que redigiu o relatório final da comissão parlamentar de inquérito (CPI) à CGD.

Após o alerta para a transmissão, foram desligadas as câmaras e houve ordem para apagar a gravação. Mas o Jornal Económico divulga a gravação, considerando que está em causa “um tema de interesse público”.

Unanimidade inédita contra gestores, BdP e Governo de Sócrates

Para lá do momento insólito com a transmissão indevida, esta foi a primeira comissão parlamentar à banca em que o relatório final foi aprovado por unanimidade.

As principais conclusões da II Comissão de Inquérito à Recapitalização e Gestão da CGD cerram fileiras contra o Banco de Portugal, que falhou na supervisão, criticam a gestão do banco, que não foi sã nem prudente, a administração de Santos Ferreira, a falta de atenção de sucessivas tutelas e a responsabilidade política do Governo de José Sócrates no “período mais crítico de 2005-2008”.

Referem ainda que, na comissão, entre os depoentes, houve um grupo de poder que se encobriu, usando estratagemas como concertação de narrativas e falta de memória para esconder más práticas de crédito.

De fora ficou a proposta do PSD de incluir no relatório final a ideia de que houve no banco público indícios de práticas de gestão danosa.

O relatório vai ser debatido em plenário nesta sexta-feira, o último dia da legislatura, e depois enviado para a Procuradoria-Geral da República para que avalie se há matérias de relevância criminal.

Após a aprovação, o presidente da comissão de inquérito, o deputado do PSD Luís Leite Ramos, considerou que “valeu a pena” o trabalho feito ao longo dos últimos cinco meses e que a comissão chega ao fim com “sentimento de dever cumprido”.

Esta foi a terceira comissão de inquérito à CGD em apenas três anos, desde 2016. Nos últimos anos, houve ainda comissões de inquérito ao BES (2014-2015), ao Banif (2016) e ao BPP (2008-2009 e 2012).

ZAP // Lusa

6 Comments

  1. Pois, pois e agora acontece o quê…? Gastaram milhares de milhões do povo português em puro desperdicio por incompetência ou por benefício próprio, estes indivíduos com super cursos de gestão, economia, direito (improdutivos, canudos facilitados na maioria) foram pagos a peso touro para nos iludir com conhecimentos que nunca adquiriram.

  2. Esta gente nem sabe operar uma câmara de vídeo, como é que estão à frente de um país?!
    Quanto ao resto nada de novo.
    Pagode para enganar o lorpa.

  3. Já é tempo de acaba com estes encobrimentos, se um individuo rouba um pão no supermercado vem logo o nome dele nas notícias, porque razão se encobre os nomes destas pessoas se o prejuízo que causam é largamente superior? é por estarem ligados a altos postos ou a partidos? expulsem-nos, mas os nomes deles devem ser conhecidos, assim já não enganam mais ninguém.

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