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Vice-presidente afegão sobrevive à segunda tentativa de assassinato em menos de um ano

Jalil Rezayee / EPA

General Dostum, senhor da guerra no Afeganistão (ao fundo)

O vice-presidente afegão, Abdul Rashid Dostum, não sofreu ferimentos durante as emboscadas organizadas por membros do movimento fundamentalista Talibã no fim de semana, informaram as autoridades afegãs no domingo. Esta foi a segunda tentativa de assassinato ao general em menos de um ano.

De acordo com a NPR, pelo menos um dos seus guarda-costas morreu durante dois ataques ao comboio onde se encontrava o general Abdul Rashid Dostum na tarde de sábado, enquanto o comboio viajava da província de Balkh, no norte, para a vizinha província de Zawzjan.

Munir Ahmad Farhad, porta-voz do governador de Balkh, disse à Associated Press que dois outros guardas ficaram feridos. Zabihullah Mujahid, um porta-voz do movimento fundamentalista islâmico Talibã reivindicou a responsabilidade pelo ataque, no Twitter.

Num comunicado, também divulgado pela Associated Press, o exército do Afeganistão revelou que quatro talibãs foram mortos e outros sete feridos.

À Reuters, um porta-voz do partido de Abdul Rashid Dostum disse que o mesmo estava ciente do ataque planeado. Junbish, ou o Movimento Islâmico Nacional do Afeganistão, é um partido político no Afeganistão composto principalmente de uzbeques, o grupo étnico minoritário ao qual pertence o vice-presidente.

Conhecido como um ex-senhor da guerra, Abdul Rashid Dostum é uma figura controversa, devido a acusações de violação e de tortura a um rival político. Tem desempenhado um papel fundamental no Afeganistão desde o início dos anos 90 e, a partir de 2014, como vice do presidente Ashraf Ghani.

O vice-presidente, que fugiu para a Turquia em 2017, já havia sobrevivido a uma anterior tentativa de assassinato quando retornou ao país, em julho de 2018. O seu exílio deveu-se às investigações sobre a alegada violação de uma anciã do norte da sua província natal e à pressão dos apoiantes ocidentais do governo de Ashraf Ghani, incluindo os Estados Unidos.

Sete dos seus guarda-costas foram condenados, à revelia, por agressão sexual e prisão ilegal do político rival, segundo a Human Rights Watch.

Pouco depois da sua chegada ao Afeganistão, um suicida detonou explosivos à saída do aeroporto internacional de Cabul, originando a morte de 20 pessoas, incluindo nove membros da segurança do vice-presidente. O Estado Islâmico reivindicou a responsabilidade por esse ataque, avançou na altura SITE Intel Group.

TP, ZAP //

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