Vice-ministra das Finanças da Grécia apresenta demissão

Alexandros Vlachos / EPA

Nadia Valavani, vice-ministra das Finanças grega que pediu demissão na sequência do acordo feito com os credores

Nadia Valavani, vice-ministra das Finanças grega que pediu demissão na sequência do acordo feito com os credores

A vice-ministra grega das Finanças, Nadia Valavani, apresentou hoje a demissão, desconhecendo-se ainda os pormenores que levaram à saída desta militante do Syriza, o maior partido da coligação que governa a Grécia.

A demissão surge dias depois do acordo assinado na segunda-feira de manhã entre a Grécia e os credores internacionais, depois de um fim de semana de intensas negociações em Bruxelas, e na semana em que tem de ser aprovado no Parlamento um pacote de novas reformas.

“Não vou votar a favor do projeto de lei e penso que não posso ficar no Governo votando contra“, disse Valavani, deputada do partido Syriza, em declarações citadas por agências internacionais.

Na carta que enviou ao primeiro-ministro grego, Alexis Tsipras, a agora ex-governante explica que considera que o acordo foi, na verdade, “uma solução imposta à Grécia” e que o próprio desenho do pacote de reformas “não é viável”.

No princípio da semana, o próprio primeiro-ministro tinha previsto divisões no seio do seu próprio partido e chegou mesmo a dizer que iria confiar na oposição para fazer aprovar o novo pacote de austeridade, em troca de apoio financeiro para fazer face a compromissos de curto prazo, entre os quais o pagamento de 3,5 mil milhões de euros ao Banco Central Europeu já na segunda-feira.

FMI vai participar no 3º resgate da Grécia depois de Atenas pagar dívida

O comissário europeu para o Euro, Valdis Dombrovskis, esclareceu hoje que o Fundo Monetário Internacional (FMI) vai participar no terceiro programa de resgate à Grécia, mas só depois de Atenas pagar o que lhe deve.

Os montantes em atraso ao FMI são quase dois mil milhões de euros, a que acresce uma dívida de 3,5 mil milhões a pagar ao Banco Central Europeu (BCE) até segunda-feira.

“A participação do FMI no terceiro programa de resgate é uma decisão clara dos chefes de estado e de governo da zona euro”, disse Dombrovskis, em conferência de imprensa, adiantando que, como as regras do fundo não lhe permitem participar em programas para países com pagamentos em atraso, “pagar é uma pré-condição”.

A Comissão Europeia propôs hoje que a ajuda de emergência à Grécia, o chamado ‘financiamento-ponte’, seja feito através do fundo no qual participam todos os 28 estados-membros da União Europeia, o Mecanismo Europeu de Estabilização Financeira (EFSM), anunciou o comissário do euro.

/Lusa

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