Viana do Castelo testa refúgio inovador para sem-abrigo

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Um refúgio inovador para sem-abrigo deverá começar a ser testado em Viana do Castelo. O objetivo é dignificar a vida dos que recusam as “respostas sociais”.

O projeto “Schelter On”, pensado e desenvolvido por Bruna Freire, aluna do mestrado em Design Integrado, do Instituto Politécnico de Viana do Castelo, vai ser testado na capital do Alto Minho.

O objetivo é dar um refúgio aos sem-abrigos que não aceitam as regras das “respostas sociais”.

“É como se fosse um elemento de mobiliário urbano. Não é uma cama ou um quarto. É mobiliário urbano que tem a função de acolher pessoas a viver em situação de sem-abrigo”, disse, ao Porto Canal, o coordenador do Curso de Design de Ambientes do IPVC e orientador da tese Manuel Rivas.

“Este projeto foi concebido a partir da realidade dos sem-abrigo em Viana do Castelo e que é transversal ao resto do país. Na maioria dos casos, as pessoas vivem na rua por decisão própria. Em Viana do Castelo, existe alojamento em instituições que trabalham na área, mas as pessoas não querem sujeitar-se às regras dessas respostas. O que procurámos com este projeto foi transpor o seu modo de vida na rua para um espaço onde não precisam de cumprir regras“, explicou.

Manuel Rivas diz que o objetivo do projeto não é fidelizar as pessoas, baseando-se, apenas, na “premissa de dignificar a vida dos sem-abrigo, dando-lhes um espaço para dormir”.

O passo a dar agora é construir um protótipo e colocá-lo na cidade de Viana do Castelo e, durante cerca de seis meses, “para ver o que está bem e o que será preciso melhorar”, disse, ao Jornal de Notícias o docente.

Inicialmente, o abrigo foi pensado para vítimas de catástrofes humanitárias, mas evoluiu depois para um projeto adaptado à realidade dos sem-abrigo, em Viana do Castelo.

Como descreve o JN, o abrigo individual móvel de alumínio terá 2,40 metros por dois metros de dimensão, sem casa de banho mas com Internet.

No interior, terá “um estrado para dormir, com 1,90 por 0,90 metros, um cabide, uma mesa de cabeceira, espaço para uma cadeira de rodas poder movimentar-se, uma tomada e pontos de luz, alimentados pela rede pública de eletricidade, baterias ou energia solar”.

ZAP //

5 Comments

  1. Projeto sheltero nas, nada como umas americanices. Já agora toda a leitura também devia ser em amerdicanice.
    E quem vai pagar esse shelter onas? Para um país de pés rapados como Portugal arranjar uma tenda para cada sem abrigo já era muito bom mas não, agora querem é shelter onas.
    Mundo bizarro em que se vive.

  2. É preciso acabar com o financiamento através de Dinheiros Públicos a instituições particulares de solidariedade social (ipss), associações, fundações, e organizações não-governamentais (ongs).

  3. Há vários níveis nesta notícia que me fazem questionar as prioridades das pessoas. Será preferível continuar a dormir na rua em condições sem dignidade do que cumprir as regras das “respostas sociais” por tempo suficiente para conseguir ter uma vida funcional novamente? Será uma excelente ideia arranjarmos alternativas que envolvam as pessoas “não cumprir regras”, incentivando e perpetuando a ideia que não têm de cumprir regras para viver em sociedade? Onde vão colocar dezenas ou até centenas dessas estruturas com mais de 4 metros quadrados? Por fim, a mais surpreendente, sem casa de banho mas com internet! Prioridades

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