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Nem precisa de a beber: só ver água por 1 minuto dá saúde e baixa pressão arterial

ZAP

Barcos no Rio Douro

Se ainda está em dúvida sobre onde vai passar as suas férias, tem mesmo que escolher um local próximo da água – em nome da sua saúde física e mental.

Vários estudos recentes concluíram que só a mera observação de uma fonte de água, como um lago, uma piscina ou o mar, implica vários benefícios para o bem-estar humano.

E esses benefícios são superiores aos que conseguimos com os chamados “banhos de floresta“, com a contemplação e estadia no meio de árvores ou de bosques.

Mas, afinal, porque é que a água nos faz tão bem? Não existe exactamente uma resposta para essa dúvida.

Contudo, um estudo realizado por investigadores do Departamento de Psicologia da Universidade da Califórnia Davis (UC Davis), nos EUA, concluiu que só olhar para a água por menos de dois minutos, “pode ajudar a diminuir a frequência cardíaca, a pressão arterial e a aumentar a sensação de relaxamento”, como se refere num comunicado da instituição.

“Ver água por 1 minuto reduziu pressão arterial”

O artigo científico publicado em 2022, no “Journal of Environmental Psychology”, compila os resultados desse e de outro estudo realizado pelos mesmos investigadores.

O primeiro estudo “examinou a pressão arterial e a frequência cardíaca de 32 participantes que focaram a sua atenção na água de uma piscina, numa árvore num parque de estacionamento, e numa pequena placa em cima de uma rua movimentada”, como se nota no jornal científico.

Os resultados mostraram que “ver água por 1 minuto e 40 segundos reduziu a pressão arterial de forma confiável” e que esse efeito foi mais notório do que quando observaram a árvore ou a placa de rua, segundo o artigo científico.

No segundo estudo, estendeu-se a pesquisa a uma zona de árvores e lagos num campus universitário, com o registo da pressão arterial, da frequência cardíaca e de “avaliações subjectivas de relaxamento” de 73 participantes que estiveram, sucessivamente, “em seis locais ao longo de um caminho de 1,62 km, próximo a um riacho, dois pequenos lagos, e a um terreno adjacente com áreas abertas relvadas e com árvores”.

Após serem “calculadas as médias para os seis locais, as análises mostraram que a relação sistólica/diastólica da pressão arterial e da frequência cardíaca eram confiavelmente mais baixas quando se observava a água em comparação com o solo adjacente”, explicam os investigadores.

Os investigadores da UC Davis notaram ainda que “quanto maior o corpo de água [observado], mais pronunciado foi o efeito”.

“Benefícios são temporários”

O principal autor do estudo, o professor de Psicologia da UC Davis, Richard Coss, estuda há vários anos os efeitos fisiológicos e psicológicos da observação da água, mas deixa o alerta de que “os benefícios cardiovasculares e psicológicos de breves períodos de contemplação da água são temporários”.

É preciso fazer mais estudos para concluir se a visualização continuada da água pode trazer benefícios mais duradouros, repara o investigador.

“Viver a 1 km da costa garante melhor saúde mental”

Há ainda outro estudo publicado no jornal científico “Health & Place” em 2019, que concluiu que as pessoas que vivem mais próximo da costa de Inglaterra têm melhor saúde mental do que as que vivem mais longe da água.

Esta pesquisa foi realizada com 26 mil participantes e notou que “viver a 1 quilómetro, ou menos, da costa foi associado a uma melhor saúde mental para adultos urbanos”, conforme se lê no artigo científico.

Os residentes na costa inglesa apresentaram 22% menos probabilidade de sofrerem de depressão e ansiedade em comparação com as pessoas que vivem a 20 quilómetros, ou mais, do mar.

Contudo, os investigadores salientam que isto é algo que ocorre “apenas entre os agregados familiares com rendimentos mais baixos“.

Assim, os “resultados sugerem que viver perto da costa pode ajudar a mitigar as desigualdades na saúde“, constatam, recomendando ao Governo para tirar conclusões deste estudo, nomeadamente no âmbito do planeamento urbano e das políticas habitacionais.

Susana Valente, ZAP //

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