Com “bomba atómica” na manga, Ventura quer explicações sobre “relações obscuras” de Costa

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Ricardo Nascimento / Lusa

O líder do Chega, André Ventura.

André Ventura quer formar uma comissão de inquérito para averiguar as “relações obscuras” entre António Costa e a família de Isabel dos Santos.

André Ventura aproveitou o discurso de encerramento da I Conferência Parlamentar do Chega para deixar recados ao Governo e ao PSD. O deputado quer explicações sobre três ajustes diretos feitos entre António Costa, enquanto autarca de Lisboa, e Miguel Alves, o ex-secretário do Estado adjunto do atual primeiro-ministro.

Em 2010, num só dia, Miguel Alves assinou três contratos por ajuste direto, no valor de mais de 80 mil euros, com a Câmara Municipal de Lisboa. O valor limite legal para avançar com um ajuste direto é de 75 mil euros num único contrato.

António Costa era o autarca lisboeta à data e os contratos visavam a prestação de serviços de assessoria na autarquia. Mais precisamente, o objetivo era assessorar a vereadora socialista Graça Fonseca no âmbito do orçamento participativo.

“Se o primeiro-ministro não der explicações, a última palavra já só terá de ser do Presidente da República”, atirou André Ventura, citado pelo Expresso. O líder do Chega referia-se à chamada ‘bomba atómica’ — a dissolução do Parlamento.

Ventura falou numa “teia bem montada de corrupção e clientelismo”, em alusão à ‘Operação Teia’. Para o deputado, Miguel Alves é “apenas a ponta ridícula de um icebergue”, caracterizando as polémica recentes como “a forma mais fácil de pagar favores com o dinheiro dos contribuintes”.

André Ventura falou ainda sobre a alegada “pressão exercida” por António Costa sobre Carlos Costa, ex-governador do Banco de Portugal. O primeiro-ministro é acusado de ter preferido “proteger elites corruptas do que proteger o sistema financeiro do seu próprio país”.

“O Chega não vai desistir para que seja investigado até às últimas consequências” o caso das alegadas pressões de António Costa sobre Carlos Costa para proteger Isabel dos Santos.

Ventura lançou ainda farpas ao presidente do PSD, Luís Montenegro, que abordou para formar uma comissão de inquérito para investigar as “relações obscuras entre António Costa e a família dos Santos”.

“O PSD tem de se definir: quer apanhar o comboio da história ou ser soterrado pelo comboio da história?”, disse Ventura no seu discurso.

ZAP //

6 Comments

  1. «Em 2010, num só dia, Miguel Alves assinou três contratos por ajuste direto…«
    «O valor limite legal para avançar com um ajuste direto é de 75 mil euros…»

    Caso os ajustes diretos efetuados, tenham por base qualquer das alíneas do n.º 1 do artigo 24º do Decreto-Lei n.º 18/2008, o limite de 75.000€ não se aplica.

  2. A sabedoria popular, Imaginemos que os Portugueses não tinham dado a maioria absoluta ao PS, o que seria a vida dos Portugueses a esta hora, da forma como as Oposições com a cumplicidade da comunicação social partidarizada, como a TVI, se tem comportado, há muito andávamos a brincar às eleições antecipadas com os custos inerentes para pagarmos, já teríamos cá dentro a Troika, e dificuldades nas finanças, a falta de crédito externo, os Ordenados e Reformas ainda mais reduzidos, como no tempo do PSD/CDS com Passos Coelho/Montenegro, O que prova a Maturidade Política dos Portugueses em dar a Maioria Absoluta ao Antonio Costa, Um Povo que já não acredita nas televisões que fazem e apoiam política partidária e interesses de Grupos e Monopólios, como da Saúde, nem nos analistas políticos dependentes dos Partidos políticos, revela uma maturidade muito elevada dos Portugueses que já nem assistem a Telejornais.

  3. Infelizmente Portugal tem sido governado por governos que nunca combatem a corrupção, e daí tirando grandes proveitos. Do PS ao CDS, passando pelo PSD, não há um que se safe. A escola é toda a mesma: sacrificar o povo para satisfazer as suas ambições.
    Maldita corrupção!

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