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Nove deputados aliados de Guaidó denunciados por corrupção

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Rayner Peña / EPA

O Presidente interino da Venezuela, Juan Guaidó

Uma investigação jornalística divulgada no domingo revelou que nove deputados aliados do autoproclamado Presidente interino da Venezuela envolveram-se em práticas de corrupção. Dias antes, o embaixador venezuelano na Colômbia, demitido por Juan Guaidó, acusou representantes deste último de má gestão.

A investigação, realizada pelo Armando.Info e citada esta terça-feira pelo Expresso, expõe práticas de corrupção dos nove deputados, que terão agido em favor do empresário colombiano Carlos Lizcano, vinculado a um programa do Presidente eleito, Nicolás Maduro, para a distribuição de alimentos subsidiados.

Carlos Lizcano é identificado como “subalterno” de dois empresários colombianos, Alex Saab e o sócio Álvaro Pulido. Estes foram indiciados em julho nos Estados Unidos (EUA) pela prática de preços excessivos nas importações de alimentos para os Comités Locais de Abastecimento e Produção (CLAP), enfrentando acusações por lavagem de dinheiro.

De acordo com a investigação do portal, os nove deputados fizeram pedidos de “indulgência” às autoridades da Colômbia e dos EUA para Carlos Lizcano, considerando que este não esteve envolvido nos crimes de Alex Saab e de Álvaro Pulido.

“Não permitirei que a corrupção ponha em risco tudo o que sacrificámos. Não vamos encobrir os crimes de ninguém. Nem do regime nem de um pequeno grupo de imorais”, reagiu Juan Guaidó, citado pela France-Presse.

Na sexta-feira, depois de ter sido demitido pelo Presidente interino do cargo de embaixador na Colômbia, Humberto Calderón Berti acusou os alguns dos seus representantes de má gestão de recursos. Esses recursos estariam destinados à manutenção de 148 soldados que desertaram em fevereiro, em apoio ao Governo interino, e que fugiram para a Colômbia.

“As autoridades colombianas alertaram-me e mostraram-me documentos sobre prostitutas, bebidas alcoólicas, coisas impróprias”, disse o diplomata.

Popularidade em queda

No sábado, em carta endereçada a Juan Guaidó, o deputado Freddy Superlano renunciou à presidência da Comissão Permanente de Controladoria da Assembleia Nacional para “facilitar as investigações”. No dia seguinte, os dois principais partidos da oposição excluíram das suas bancadas cinco dos deputados citados na investigação jornalística.

Nesta altura, continuou a France-Presse, Juan Guaidó – que se autoproclamou Presidente a 23 de janeiro – está a tentar reativar os protestos contra Nicolás Maduro. A sua popularidade, que já esteve nos 63%, ficou-se em outubro pelos 42%. A 05 de janeiro, termina o seu mandato à frente do Parlamento.

Nicolás Maduro resiste com o apoio de um setor da população, dos militares e de países como Cuba, Rússia e China.

ZAP //

3 Comments

  1. Guiadozinho lacaio dos interesses dos EUA. Não és melhor nem pior que Maduro. Cada um no seu estilo de sacanice. Só que o Guaidozinho não foi eleito de todo. O outro ainda assim foi eleito e tem apoio de grande parte da população. Pena foi Chavez ter morrido porque esse sim, era um estadista que fez muito bem à Venezuela (não às elites exploradoras do povo, claro). Maduro ao pé dele é uma besta quadrada.

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