A ministra venezuelana de Relações Exteriores, Delcy Rodríguez, anunciou que, a partir de quinta-feira, a Venezuela iniciará a sua saída oficial da Organização de Estados Americanos (OEA).
“Iniciaremos um procedimento que demora 24 meses. A Venezuela não participará em nenhuma atividade em que se pretenda posicionar o intervencionismo e o ingerencismo de um grupo de países que só buscam perturbar a estabilidade e a paz do nosso país”, disse a governante.
O anúncio da retirada da Venezuela foi transmitido pela televisão estatal venezuelana, depois de OEA aprovar, esta quarta-feira, a convocação de uma reunião de ministros dos Negócios Estrangeiros para analisar a crise política na Venezuela.
Segundo a ministra, há um grupo de países da OEA que pretendem prejudicar o Presidente Nicolás Maduro e a revolução bolivariana.
“São ações dirigidas por um grupo de países mercenários da política para restringir o direito ao futuro, do povo da Venezuela, o direito a viver tranquilamente”, frisou.
A OEA aprovou esta quarta-feira uma resolução para convocar, com caráter de urgência, uma reunião dos ministros dos Negócios Estrangeiros dos países membros daquele organismo, para tratar da crise venezuelana. A aprovação teve 19 votos a favor, 10 contra, quatro abstenções e uma ausência.
Ao finalizar a votação, o embaixador permanente da Venezuela na OEA, Samuel Moncada, condenou a realização da reunião extraordinária para debater sobre assuntos internos venezuelanos, sublinhando que Caracas não aceitará uma “tutelagem” de nenhum organismo.
“Não reconhecemos o que se pretende impor. Nós opomo-nos a esta resolução violada e anti-jurídica. Defenderemos a soberania da Venezuela em qualquer circunstância”, disse Moncada, sublinhando que a sessão é um ato hostil contra a Venezuela.
O Presidente da Venezuela considerou ter dado um “passo gigante para romper com o intervencionismo imperial” ao ordenar a saída do país da OEA.
“Dia da Dignidade da Independência. Dei um passo gigante para romper com o intervencionismo imperial”, escreveu Nicolás Maduro no Twitter.
Numa outra mensagem, Maduro pediu a compreensão e solidariedade dos povos da América Latina e do mundo “para derrotar o plano intervencionista contra a Venezuela”.
“A Venezuela Bolivariana Revolucionária e chavista continuará a sua marcha até à nossa verdadeira independência e nada nem ninguém nos irá deter. Já basta de abusos intervencionistas e violação da legalidade”, destacou o chefe de Estado venezuelano.
Várias fontes dão conta de que, além de esperar dois anos para sair oficialmente da OEA, a Venezuela deve pagar uma dívida de 8,7 milhões de dólares que tem para com aquele organismo.
// Lusa
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