O presidente do Sporting CP falou sobre os vários temas que circundam o universo leonino na atualidade. Marcel Keizer, Bas Dost e Bruno Fernandes foram alguns dos dossiês abordados por Frederico Varandas.
Numa longa entrevista à Sporting TV, Frederico Varandas abriu o livro e falou sem tabus sobre todas as polémicas em que o clube está mergulhado. Desde a saída controversa do treinador e de alguns jogadores, às contas do clube, o presidente leonino não teve papas na língua para justificar todas as decisões.
Para Frederico Varandas, há muitos críticos que parece que não ficam contentes quando o clube vence. “Ao primeiro desaire aparecem lá os esqueletos. Mas deles todos, não ouvi nem uma palavra quando ganhámos a Taça da Liga e de Portugal”, atirou. O presidente sportinguista admitiu que pode ter muitos defeitos, mas que ser estúpido não é um deles.
“Eu não vejo essas pessoas felizes quando o Sporting ganha. E quando dizem que existe um fosso grande para os nosso rivais, eu pergunto: mas fui eu que criei este fosso?”, disse, realçando que o clube ainda tem um longo caminho a andar. Varandas deu até o exemplo dos 900 milhões em vendas do Benfica nos últimos dez anos. “Nós fizemos 400 milhões. Temos de trabalhar muito”, realçou.
Quase um ano depois de ter tomado posse do clube, o presidente do Sporting faz um balanço muito positivo. “A situação financeira está muito melhor do que estava em setembro de 2018. É a ideal? Não e isso limita-nos no mercado, claro. A reestruturação financeira é um processo longo e muito duro, mas leal, que estamos a ter com os bancos. Defendemos os nossos interesses e os bancos os deles, está prestes a finalizar e temos boas expectativas destas negociações, mas não posso entrar em detalhes”, disse.
“Encontrámos um clube estilhaçado, os cinco principais jogadores tinham rescindido sem compensação financeira e desportiva, tínhamos necessidades de tesouraria de 100 milhões de euros, 42 dos quais a clubes que ninguém pagou e tivemos que pagar nós”, começou por explicar. Varandas lembrou que, para isso, teve que fazer um empréstimo obrigacionista e a securitização do contrato da NOS em pouco tempo.
“Despedir um treinador que venceu duas taças?”
A saída de Marcel Keizer do comando técnico do Sporting CP deixou o universo leonino dividido. Enquanto alguns consideram que foi a decisão acertada face a alguns resultados menos positivos, outros mostraram-se indignados com a decisão do clube.
O treinador holandês foi despedido após uma derrota caseira por 2-3 frente ao Rio Ave, logo à quarta jornada da Liga NOS. No entanto, Varandas garante que a decisão de rescindir com Keizer não foi unicamente despoletada pela derrota frente aos vilacondenses e que há outras razões para o ter feito.
“A decisão não teve a ver exclusivamente com o resultado com o Rio Ave. Foi ponderada, depois de ter analisado tudo nos últimos tempos. Alguém iria despedir um treinador que tinha vencido duas Taças? Quando oiço as pessoas questionarem o timing, alguém faria isto? Tenho a certeza que não”, referiu o dirigente.
Aliás, Frederico Varandas remeteu para o jogo da Supertaça de Portugal diante o Benfica, que terminou com uma derrota dos “leões” por 5-0. O presidente leonino garante que a confiança de Keizer sofreu um duro golpe após o desaire no Estádio do Algarve.
“A final da Supertaça marcou-o muito. Nós sentimos que a confiança dele baixou, sentia-se a passar ao grupo e a sensação que tínhamos era que a equipa podia fazer um jogo muito bom, como um muito mau”. Consequentemente, a confiança de equipa foi por água abaixo e Varandas achou que seria “altura para fechar o ciclo”.
Apesar de terem seguido caminhos diferentes, saúda o desempenho e o profissionalismo de Keizer durante a sua estadia em Alvalade. “É justo relembrar como estava o clube em outubro do ano passado. Mesmo com instabilidade, cumpriu a sua missão. Num contexto difícil, consegue vencer dois títulos importantes”.
Em relação ao seu sucessor interino, Leonel Pontes, Varandas admite a possibilidade de ser o até então treinador do sub-23 leoninos a ficar no comando — para o dirigente sportinguista não há timings: “Se o Leonel Pontes está a prazo? Não tem prazo, tem uma tarefa e, depois, estaremos cá para ver a evolução, mas não há um ‘timing’ para encontrar um novo treinador. Ele não foi escolhido para treinador dos sub-23 por acaso”.
O Sporting pode então tentar replicar uma história de sucesso, quase ao estilo de Bruno Lage no Benfica. Antes de assumir o comando técnico da equipa principal dos “encarnados”, Lage era o treinador da equipa B, tendo por isso um profundo conhecimento de ambos os escalões do emblema da Luz.
Varandas reconhece a mesma característica em Leonel Pontes. “Conhece as rotinas da equipa A, é um homem da casa, conhece os diversos departamentos do Sporting e é importante ter um treinador português, como era em novembro, mas muitas vezes não se consegue o que se quer e não ter estabilidade afasta”, explicou.
“Não é o treinador que define a estratégia e o rumo: aposta forte na formação com recurso a contratações cirúrgicas fora. Esta é nossa linha e a estrutura, que é altamente profissional, está montada, independentemente de quem vier”, acrescentou.
Bas Dost “foi o negócio possível”
“Odeio novelas”, confidenciou Varandas, mas a novela de Bast Dost no Sporting foi longa e carregada peripécias. O avançado holandês acabou por sair do clube para rumar ao Eintracht Frankfurt, num negócio que permitiu um encaixe financeiro de 7 milhões de euros para os cofres leoninos. Varandas diz que “muito honestamente: foi o negócio possível“.
“Em final de maio, o jogador demonstrou ao treinador e à administração, por intermédio do agente, o desejo de sair. A partir daí, o Sporting começa a preparar o grupo para a época seguinte sem o peso no orçamento de ter Bas Dost no plantel. De forma transparente e honesta, gosto de Bas Dost como homem e profissional e gostava de o ter no plantel“, admitiu à Sporting TV.
Apesar da qualidade do inegável do avançado, Varandas realça o encargo do seu salário de 5,9 milhões de euros por ano. “Isso é incomportável para o Sporting e para a realidade do futebol português”, explicou. “É uma loucura, e não faço loucuras”.
Frederico Varandas admitiu ainda que não gostou da forma como o jogador saiu e criticou a atuação do agente de Bas Dost, relativamente à troca de galhardetes com a direção do clube. “Por muito que goste do jogador, não posso ficar refém de agentes“, atirou. “Ninguém está acima dos interesses do clube e esses foram defendidos o melhor possível”.
Bruno Fernandes não ficou esquecido na entrevista de Frederico Varandas, que reiterou que o contrato do jogador será revisto, porque, acima de tudo, “ele merece”. O presidente optou por não vender Bruno Fernandes, uma vez que a única proposta séria que recebeu — “e mesmo assim de palavra” — foi a do Tottenham, que oferecia 45 milhões de euros, mais 20 milhões caso vencesse a Premier League e Liga dos Campeões.
“Achei esses objetivos muito difíceis de concretizar e entendi não vender o Bruno Fernandes”, justificou, alegando que o jogador “compreendeu perfeitamente”. No final de contas, “o melhor médio da Europa” ficou no Sporting e o clube viu-se “livre de um lastro de jogadores excedentários que representavam cerca de 25 por cento do orçamento”.
Para o presidente do Sporting, “este grupo é mais competitivo e tem mais soluções e qualidade do que o plantel do ano passado”.
Nesta janela de transferências, o Sporting reforçou-se em força, contratando Rosier, Vietto, Rafael Camacho, Eduardo, Luís Neto, Plata, Bolasie, Jesé e Fernando.
Então quem tem a culpa? Um presidente deve estar para o pior e para o melhor. Quantos treinadores já se foram? Perde-se uma vez por 5-0 e a culpa é de quem foi comprar alguns pernas de pau e queria que só o engalanar bandeiras, a camisola e orgulho ganhassem jogos? Estamos no século XXI e não no tempo dos 5 violinos. O que conta é um bom contrato e o dinheiro como o Bruno Fernandes tem, o resto é conversa da treta. Agora vai copiar os rivais do Benfica promovendo um treinador dos B a A, nem todos os homens são iguais nem o saber. Os jogadores que pediu emprestados depois do tempo do empréstimo vão-se embora e o Sporting recebe alguma coisa? Não. Aliás perde milhares de euros dos chorudos vencimentos ou pensa que por exemplo o Jessé vem por amor á camisola do Sporting? Amor é aos milhares de euros mensais. Século XXI Presidente Varandas, caia na real.
Então quem tem a culpa? Um presidente deve estar para o pior e para o melhor. Quantos treinadores já se foram? Perde-se uma vez por 5-0 e a culpa é de quem foi comprar alguns pernas de pau e queria que só o engalanar bandeiras, a camisola e orgulho ganhassem jogos? Estamos no século XXI e não no tempo dos 5 violinos. O que conta é um bom contrato e o dinheiro como o Bruno Fernandes tem, o resto é conversa da treta. Agora vai copiar os rivais do Benfica promovendo um treinador dos B a A, nem todos os homens são iguais nem o saber. Os jogadores que pediu emprestados depois do tempo do empréstimo vão-se embora e o Sporting recebe alguma coisa? Não. Aliás perde milhares de euros dos chorudos vencimentos ou pensa que por exemplo o Jessé vem por amor á camisola do Sporting? Amor é aos milhares de euros mensais. Século XXI Presidente Varandas, caia na real.
Desde que este DC escreveu uma notícia do João Félix que o sigo. Adoro a sua escrita e a maneira de como noticia. Por favor, continue com este espírito que tanto é preciso neste meio.