A diretora de gestão do SEF, Cristina Landeiro, acusada de ter usado dinheiros públicos do orçamento do organismo, foi exonerada pela ministra da Administração Interna.
Francisca Van Dunem, ministra da Justiça e da Administração Interna, exonerou Cristina Landeiro, a diretora de Gestão do Serviço de Estrangeiros e Fronteiras (SEF).
O despacho revela que a ministra dá “por finda, a seu pedido, a comissão de serviço no cargo de diretora central de Gestão e Administração do SEF da licenciada Cristina Landeiro Rodrigues”. O documento, datado de dia 5 de janeiro, foi publicado esta quinta-feira em Diário da República.
Cristina Landeiro é suspeita de ter usado dinheiro do SEF para cobrir despesas pessoais, como refeições e bebidas alcoólicas.
Um dos exemplos avançados pela TVI, em outubro, é o pagamento de uma refeição num restaurante mexicano em Almada, onde Landeiro pagou mojitos e não só, no total de 36,60 cêntimos. No dia seguinte, foi ao SEF buscar esse dinheiro para pagar uma “despesa urgente, imprevisível e inadiável”.
Noutra situação, a responsável fez uma encomenda de sushi através de uma plataforma de entregas ao domicílio que ultrapassou os 30 euros e uma ida a um restaurante em Queluz de Baixo que chegou aos 50 euros, onde pediu cinco doses de lagartinhos e uma dose de pataniscas.
Justificadas como “urgentes”, todas estas despesas eram pagas com dinheiros públicos do SEF, apesar de os funcionários receberem um suplemento para despesas relacionadas com a alimentação.
Em dezembro, a CNN Portugal avançou ainda que o ministério da Administração Interna terá pago uma pós-graduação na Universidade Católica, no valor de 5.850 euros, a Cristina Landeiro.
À data o ministro era Eduardo Cabrita, porém, quando questionada, Francisca van Dunem permaneceu em silêncio sem explicar a razão pela qual o Governo autorizou o pagamento com dinheiro público de um curso numa universidade privada. O SEF e Cristina Landeiro também não se pronunciaram.
Com as alegadas despesas irregulares da diretora de gestão do SEF em vista, a Inspeção Geral da Administração Interna (IGAI) tem em mãos um inquérito, que visa “apurar eventuais irregularidades financeiras ocorridas na mesma instituição”.