Uma equipa de cientistas descobriu que um grupo de elefantes machos harmoniza um som, de um para o outro, para sinalizar que está na hora da partida.
Os elefantes não deixam de nos surpreender.
Já soubemos que cantam canções que os humanos não conseguem ouvir, dão nomes uns aos outros, cumprimentam-se, e até choram e enterram os seus mortos.
Agora, uma equipa de investigadores descobriu que um grupo de elefantes machos harmoniza um som, de um para o outro, para sinalizar que está na hora da partida.
As vocalizações são iniciadas pelos machos mais integrados socialmente, e frequentemente os mais dominantes, em grupos sociais com forte união.
No estudo, publicado esta segunda-feira no PeerJ, os investigadores analisaram as vocalizações em busca de propriedades e padrões acústicos entre os machos registando quais os elefantes que iniciaram os estrondos, como os outros responderam e a sequência de eventos que conduziram às partidas coordenadas.
A equipa analisou os sons dos elefantes recolhidos ao longo de 12 anos, entre 2005 e 2017 no lago da Mushara e utilizou equipamento de registo como microfones enterrados e câmaras de vídeo de visão noturna, para captar as vocalizações infrasónicas e os comportamentos dos elefantes machos.
Segundo o Phys.org, os cientistas descobriram que, quando um grupo de animais se encontrava no mesmo local, por exemplo, a beber num bebedouro, um elefante sénior emitia este som estridente e, um a um, os outros acrescentavam o seu próprio som, com uma harmonia diferente, até que cada elefante recebesse a mensagem.
“Ficámos espantados ao descobrir que os elefantes machos, por norma considerados como tendo laços sociais reduzidos, se envolvem numa coordenação vocal tão sofisticadas para desencadear ações”, afirma a primeira autora do estudo, Caitlin E. O’Connell-Rodwell.
Os ruídos observados nos elefantes machos têm semelhanças com os anteriormente registados nos elefantes fêmea.
No caso dos elefantes machos e fêmeas, o chamamento do iniciador é seguido pelo ronco do indivíduo seguinte, com cada elefante a esperar que o chamamento anterior quase termine antes de acrescentar a sua própria voz.
Os investigadores esperam que esta descoberta contribua para esclarecer o papel que os machos desempenham na sociedade matriarcal dos elefantes e como a caça furtiva pode perturbar esta união.