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Universidade de Singapura prevê “fim teórico” da pandemia em dezembro

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Massimo Percossi / EPA

Um modelo matemático realizado por uma universidade de Singapura com base “na tendência atual” de casos de covid-19 antevê o “fim teórico” da atual pandemia a nível mundial para 14 de dezembro.

Apesar de referenciar o mês de dezembro como a meta temporal para o eventual fim da atual crise, o modelo matemático desenvolvido pela Singapore University of Technology and Design, na terça-feira citado pelas agências internacionais, prevê que cerca de 99% dos casos de infeção pelo novo coronavírus possam já ser registados a nível global no próximo mês de junho, mais concretamente em 21 de junho.

A par da evolução mundial, o modelo traça igualmente os possíveis cenários para vários países, como é o caso de Espanha, Itália, França, Alemanha, Reino Unido, Estados Unidos (EUA), Brasil e México, noticiou a agência Lusa.

Apesar da divulgação destes dados, a instituição realçou que se trata de um modelo de previsões que deve ser observado com “prudência”, frisando ainda que qualquer “excesso de otimismo com base em algumas datas finais expectáveis é perigoso, porque pode relaxar a disciplina e os controlos”, o que pode mudar o curso do vírus e da infeção.

No caso de Espanha – país que regista desde o início da crise 25.613 mortos e mais de 219 mil casos de infeção – o modelo matemático da Singapore University of Technology and Design analisou os dados disponíveis até 02 de maio e antevê que 97% dos casos de covid-19 poderão ser verificados no país até 07 de maio e 99% até 22 de maio.

Com base em tal projeção, as previsões da instituição apontam o “fim teórico” da pandemia em Espanha para 09 de setembro, segundo mencionou a agência de notícias espanhola EFE, que cita o estudo.

Sempre “com base na atual tendência dos casos”, o modelo matemático aponta o fim da pandemia em Itália e no Reino Unido, outros dois países fortemente atingidos pelo novo coronavírus, para 10 e 08 de setembro, respetivamente. As previsões mostram ainda que este “fim teórico” chegará à França e à Alemanha a 08 e a 14 de agosto.

Já fora da Europa, o modelo matemático antevê que os EUA – atualmente o país com mais mortos (68.934) e mais casos de infeção confirmados (quase 1,2 milhões) – terão de esperar até 01 de outubro para declarar o fim da pandemia.

As mesmas projeções estimam ainda que o Brasil terá de aguardar até 21 de outubro para declarar um possível fim da crise da covid-19, enquanto o México poderá fazer isso antes, em meados de setembro.

Segundo explicou a Singapore University of Technology and Design, este modelo matemático aplicado à epidemiologia, o modelo SIR (suscetíveis – infetados – recuperados), é realizado a partir de dados atualizados diariamente de diferentes países, de forma a estimar as curvas do ciclo epidemiológico e as datas teóricas de término.

Como as previsões são atualizadas de forma contínua com os dados mais recentes, a universidade admitiu ser “expectável” que estas mesmas previsões sejam modificadas como resultado das alterações nos cenários a longo prazo.

Também advertiu que o modelo e os dados acabam por ser imprecisos face às realidades complexas, mutáveis e heterogéneas dos diferentes países e, nesse sentido, as previsões devem ser encaradas com “prudência”.

A nível global, segundo um balanço da agência AFP, a pandemia já provocou mais de 251 mil mortos e infetou quase 3,6 milhões de pessoas em 195 países e territórios. Mais de um 1,1 milhões de doentes foram considerados curados. A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.

Para combater a pandemia, os governos mandaram para casa 4,5 mil milhões de pessoas, encerraram o comércio não essencial e reduziram drasticamente o tráfego aéreo, paralisando setores inteiros da economia mundial. Com a diminuição de novos doentes em cuidados intensivos e de contágios, alguns países têm reduzido o confinamento.

Lusa //

3 Comments

  1. Todos os países usam critérios distintos de análise.. critérios distintos de infectados.. critérios distintos para declaração de recuperados.. alguns até incluem os mortos como recuperados visto que não infectam mais (antes fosse brincadeira). Como pode alguma universidade que queira manter o seu bom nome.. fazer uma previsão assim baseado-se em dados com esta natureza?

    Dizer que isto é ridículo.. seria um eufemismo! Idiotas!

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