Uma bactéria pode ser a chave para tratar problemas de hiperpigmentação da pele

Um composto natural de bactérias da pele mostra-se promissor para um clareamento seguro da pele.

A pele humana alberga uma comunidade diversificada de microrganismos, muitos dos quais coexistem inofensivamente com o seu hospedeiro.

Agora, uma equipa de cientistas identificou um composto produzido por bactérias da pele que poderá revolucionar a história dos cuidados da pele.

Esta substância oferece uma alternativa mais segura aos atuais agentes clareadores da pele, contornando os atuais problemas de toxicidade dos produtos.

Segundo o Science Blog, há muito que os cientistas suspeitam que estes residentes da pele podem produzir compostos benéficos para a saúde humana.

Num novo estudo, publicado o mês passado no International Journal of Molecular Sciences, os investigadores analisaram mais de 100 bactérias derivadas da pele e, seguidamente, identificaram a Corynebacterium tuberculostearicum como produtora de um composto potente que inibe a tirosinase, uma enzima crucial na produção de melanina.

“Optámos por investigar os metabólitos produzidos por estas bactérias comensais pelo seu potencial como inibidores da tirosinase. Estes produtos naturais derivados da pele apresentam baixa toxicidade, o que os torna mais seguros”, diz o autor principal do estudo,Yuuki Furuyama.

De modo a compreender o funcionamento do cyclo (L-Pro-L-Tyr), a equipa realizou simulações de acoplamento tridimensional.

Através disso, revelaram que o composto imita a L-tirosina, um substrato natural da tirosinase. Ao ligar-se ao local ativo da enzima, o cyclo (L-Pro-L-Tyr) bloqueia eficazmente a sua atividade, reduzindo potencialmente a produção de melanina.

As aplicações vão para além dos cosmético pois as suas propriedades antimicrobianas, antioxidantes e anticancerígenas, abrem possibilidades para uma utilização terapêutica mais alargada.

“Antes que o cyclo (L-Pro-L-Tyr) possa ser utilizado, são necessários mais estudos. Os testes com a tirosinase humana, que difere estruturalmente da tirosinase do cogumelo, são cruciais. Além disso, são essenciais análises pormenorizadas dos seus mecanismos de ação para garantir a eficácia e a segurança”, conclui Furuyama.

Os cientistas planeiam agora realizar novos estudos possam explorar outros compostos benéficos produzidos por bactérias da pele, levando a uma nova era de produtos de cuidados dermatológicos que funcionem em sinergia com a nossa flora natural.

Soraia Ferreira, ZAP //

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