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Um terço das ambulâncias do INEM estão paradas em Lisboa

Vitó / Flickr

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Há pelo menos sete ambulâncias paradas esta segunda-feira em Lisboa, na sequência do protesto dos trabalhadores, no total de 21 das viaturas do INEM na capital. 

Em declarações aos jornalistas no final de uma reunião no Ministério da Saúde, o presidente do Instituto Nacional de Emergência Médica (INEM), Paulo Campos, lembrou que não há qualquer pré-aviso de greve em vigor que suporte o protesto dos trabalhadores e sublinhou que a população não deve ficar alarmada porque o socorro não está em causa.

Isto não é uma greve, não houve um pré-aviso. Mas teve a repercussão de haver algumas ambulâncias do INEM hoje sem tripulação. Lisboa está suportada numa redundância do dispositivo. Temos 75 ambulâncias dos bombeiros a trabalhar em Lisboa”, afirmou.

Paulo Campos disse estar “com serenidade” a acompanhar a situação, vincado que o socorro “não está em causa”, até porque no momento “há muito mais ambulâncias do que habitualmente em Lisboa”, com o sistema a ser suportado por “uma série de parceiros e de meios”.

Os técnicos de ambulância de emergência estão desde o início do mês a recusar fazer horas extraordinárias, queixando-se de falta de pagamento de subsídios e de horas extra e de mais cortes no salário.

O presidente do INEM garantiu que foram pagos até agora “todos os valores reclamados do passado” pelos trabalhadores, enquanto o pagamento dos subsídios de alimentação dos turnos extra começa a ser pago este mês.

“Todos os valores que foram reclamados do passado foram pagos até agora. A única coisa que esteve em falta, que nunca foi paga no INEM, correspondeu aos subsídios de alimentação dos turnos extra, que este Conselho Diretivo autorizou em dezembro, que está neste momento em processamento e que será brevemente pago. Este mês, e nos próximos, já vamos pagar com retroativos à data da autorização, a 17 de dezembro. Esperamos com isto esgotar esta necessidade”, afirmou Paulo Campos aos jornalistas.

No final de uma reunião hoje no Ministério da Saúde, o presidente do INEM lembrou que sempre foram cumpridas horas extraordinárias no instituto: “O sistema foi crescendo com horas normais e horas extra e até agora nunca foi posto em causa pelos nossos profissionais. (…) Até uma semana atrás as horas extra sempre foram feitas”.

O instituto também já disse que participará ao Ministério Público contra quem contribuir para colocar em risco o socorro urgente a pessoas.

“Nós tomaremos todas as atitudes a que a lei nos obriga. E houve uma atitude mais ou menos organizada para hoje faltarem meios de emergência ao cidadão. Estamos muito atentos e não podemos permitir que haja falhas ao socorro sem os mecanismos legais”, disse, depois de ter frisado que não houve qualquer pré-aviso de greve por parte dos trabalhadores.

Depois de os trabalhadores terem promovido esta noite uma vigília em Lisboa, a comissão de trabalhadores veio dizer ao início da manhã que 11 das ambulâncias existentes em Lisboa do serviço do INEM estavam paradas devido à recusa dos técnicos em fazer turnos extra, mas o organismo insistiu que, nessa altura, só um destes veículos estava inoperacional.

Luís Pesca, dirigente da federação, explicou aos jornalistas que o pré-aviso de greve só produz efeito a partir da meia noite da próxima terça-feira.

Sobre a carreira de técnico de emergência, o responsável disse estar “muito empenhado” em aprová-la em breve, frisando que durante um ano o INEM tem trabalhado nesta carreira, que é uma pretensão dos profissionais.

“Num ano fizemos o que durante 10 anos não foi possível fazer. É nossa intenção que essa carreira seja uma realidade”, disse Paulo Campos, acrescentando que o INEM se encontra em processo de contratação de 85 técnicos de emergência, que irão chegar até setembro.

Por outro lado, o presidente do INEM vincou que “não há um único posto de trabalho dos técnicos de ambulância que esteja em causa”.

ZAP / Lusa

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