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Um quarto das mortes por covid-19 foram de idosos em lares

Pedro Sarmento Costa / Lusa

Um quarto das mortes por covid-19 em Portugal, desde o início da pandemia, foram de idosos em lares. Em pouco mais de duas semanas, morreram 827 idosos que residiam em lares.

Desde o início da pandemia, mais de três mil idosos residentes em lares morreram devido à covid-19. Os dados da Direção-Geral da Saúde (DGS) mostram que mais de um quarto das mortes por covid-19 em Portugal foram de idosos em lares.

“Desde o início da pandemia e até ao dia 25 de janeiro, registaram-se em Portugal 3.081 óbitos acumulados por Covid-19 de pessoas residentes em lares”, lê-se na última atualização da DGS, citada pela Rádio Renascença. A situação tem vindo a agravar-se.

Mais de metade dos óbitos, 1.991 (65%), ocorreram nos últimos dois meses, enquanto desde 10 de janeiro já morreram 827 idosos que residiam em lares. A região de Lisboa e Vale do Tejo regista 40% dos óbitos de pessoas a viver em estruturas residenciais para idosos.

“Passados 10 meses eu já não percebo que tantos surtos continuem a acontecer em lares de idosos. Não só tantos surtos, como, ainda por cima, com a dimensão terrível que têm, porque é a totalidade dos idosos em muitos casos, é aos 30, 40, 60 idosos todos infetados, mais as empregadas”, disse o presidente da Associação de Apoio Domiciliário, de Lares e Casa de Repouso de Idosos, João Ferreira de Almeida.

Do total dos 9.246 óbitos registados até ao dia 18 de janeiro, 525 deles ocorreram efetivamente em lares. Além disso, 397 pacientes morreram em casa, escreve o JN com base em dados oficiais da DGS.

“É muito importante saber se tiveram algum apoio médico, se estavam esquecidos, ou se o diagnóstico foi feito apenas no certificado de óbito”, diz João Carlos Winck, pneumologista e professor da Faculdade de Medicina da Universidade do Porto.

O diretor da FMUP e epidemiologista Altamiro da Costa Pereira salienta que, no caso dos lares, algumas perguntas têm de ser feitas: “Seriam situações extremas? Não puderam ser transferidos? Puderam fazer as terapias mínimas? É preciso investigar”.

Daniel Costa, ZAP //

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