António Pedro Santos / Lusa

O presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, e o Primeiro-Ministro, Luís Montenegro
Marcelo Rebelo de Sousa vai esperar pelo fim do verão para, eventualmente, formular juízos sobre a crise nas urgências. O Presidente da República tinha expectativas muito altas quanto à capacidade do Governo para resolver os problemas. Mas, um ano depois, pouco mudou.
Há precisamente um ano, a 8 de agosto de 2024, numa visita ao Hospital de Santa Maria, em Lisboa, Marcelo Rebelo de Sousa disse esperar por uma resposta do Governo o mais rapidamente possível, sobre o mau funcionamento das urgências.
“Criei expectativas muito altas. Perante a gravidade dos problemas, ao falar-se de um plano de emergência, cada um de nós deseja que a resposta seja o mais rápido possível”, sublinhava o Presidente, para concluir que tinha ouvido a ministra Ana Paula Martins dizer que esperava que aquilo que se vivia em 2024 não fosse vivido em 2025.
“Deem-nos tempo para fazermos o resto”, dizia a governante, sublinhado que havia herdado, dos Governos socialistas anteriores, uma “situação muitíssimo má e um SNS absolutamente caótico”.
Um ano depois, o cenário pouco mudou e Marcelo parece estar impaciente.
Ao jornal Público, Marcelo afirma agora que “espera o fim do verão para, eventualmente, formular juízo sobre a matéria”, 12 meses depois o assunto não ter sido resolvido e de se manterem fechados de forma alternada alguns serviços de urgência obstétrica e pediátrica, sobretudo aos fins-de-semana.
Cinco serviços de urgência de Ginecologia e Obstetrícia e um de Pediatria estão encerrados esta sexta-feira.
A informação disponível no portal do Serviço Nacional de Saúde consultados pela Lusa pelas 09h40 indicava que estão encerradas cinco urgências de Ginecologia e Obstetrícia, em Almada, Vila Franca de Xira, Barreiro, Abrantes e Aveiro. No hospital do Barreiro a urgência de Pediatria também está fechada.
No sábado serão quatro as urgências de Ginecologia e Obstetrícia encerrados – Aveiro, Caldas da Rainha, Vila Franca de Xira e Almada – e uma de Pediatria – Vila Franca de Xira.
Já no domingo estão encerradas uma urgência de Pediatria – Vila Franca de Xira – e cinco de Ginecologia e Obstetrícia – Almada, Setúbal, Vila Franca de Xira, Caldas da Rainha e Aveiro.
Os constrangimentos dos serviços de urgência devem-se, sobretudo, à falta de médicos especialistas para assegurar as escalas.
Esta é uma situação que preocupa o Presidente da República e que Governo não conseguiu ainda resolver, numa altura em que Marcelo tem andado crítico quanto à atuação do Executivo.
ZAP // Lusa
Habituem-se! Ou arranjem um plano de saúde. Não queriam ser como os amaricanos? Eles gastam 20% com saúde. Bem-vindos ao capitalismo.
Ah, quanto a esta encenação do Martelo com o MonteNerdo, já ouviram falar de Kabuki?