José Coelho / LUSA

Suspeito de 31 anos foi detido esta quinta-feira por incêndios ocorridos em junho e julho. Terá ateado o fogo com a utilização de artefactos retardadores.
Um bombeiro da corporação dos Bombeiros Voluntários de Ourém foi detido pela Polícia Judiciária (PJ) suspeito de ser o autor de, pelo menos, quatro incêndios florestais neste concelho, nos meses de Junho e Julho, foi anunciado esta quinta-feira.
No comunicado, a PJ refere que, através do seu Departamento de Investigação Criminal de Leiria, e com o apoio do Grupo de Trabalho Para a Redução de Ignições da Região Centro Litoral, deteve na quarta-feira o suspeito, de 31 anos.
De acordo com a PJ, os incêndios florestais ocorreram em 26 de junho, e 1, 17 e 19 de julho.
“O suspeito (…) [terá ateado] o fogo com a utilização de artefactos retardadores, numa zona com vasta mancha florestal, povoada com pinheiro-bravo, carvalhos, eucaliptos e mato, existindo na proximidade vários aglomerados habitacionais e complexos comerciais”, explica o comunicado.
A PJ adianta que “a área ardida foi considerável”, assinalando ainda que, “não fosse a rápida e eficaz intervenção dos bombeiros locais, os incêndios poderiam ter tido proporções mais gravosas”.
A investigação suspeita que o mesmo bombeiro seja o autor de outros incêndios florestais naquele mesmo concelho do distrito de Santarém, atendendo ao padrão espacio-temporal e modo de atuação.
O arguido, residente na zona de Ourém, não tem antecedentes criminais e vai ser presente à autoridade judiciária competente, para eventual aplicação de outras medidas de coação.
À agência Lusa, fonte da Diretoria do Centro da PJ, sediada em Coimbra, afirmou que a investigação acredita que o arguido produziria os próprios artefactos utilizados, atendendo aos objetos apreendidos no decurso das buscas.
Segundo a mesma fonte, a investigação admite que a ação do suspeito ter-se-á devido a benefícios pecuniários que poderia ter ao ser ativado para combater os incêndios.
A detenção teve o apoio do Grupo de Trabalho Para a Redução de Ignições da Região Centro Litoral, que inclui PJ, Guarda Nacional Republicana e Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas.
O comandante dos Bombeiros Voluntários de Ourém, Guilherme Isidro, explicou que “a PJ, no seguimento da investigação, fez diligências junto de um bombeiro desta corporação e aqui na corporação, no que diz respeita aos pertences pessoais do bombeiro, que acabou detido”.
“A corporação estará sempre disponível para colaborar com as autoridades naquele que é o seu trabalho de investigação e aguarda com serenidade o cabal esclarecimento da situação”, declarou Guilherme Isidro.
Este responsável esclareceu que o bombeiro detido é voluntário na corporação há seis anos e funcionário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Ourém.
“Neste período, foi sempre um elemento cumpridor das suas obrigações”, garantiu o comandante. Segundo a GNR, até ao dia 31 de julho, foram detidas 36 pessoas em flagrante delito e identificadas 525 pessoas pela prática do crime de incêndio rural, tendo ainda, neste período, sido registados 2 979 crimes de incêndio.
Um quarto dos incêndios rurais investigados este ano tiveram como origem o fogo posto e a área ardida até julho regista o terceiro valor mais elevado desde 2015, segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
ZAP // Lusa
Enquanto o fogo der dinheiro a muita gente, não vai parar.
Empresas de aeronaves, madeireiros, construtores de edificios e passadiços em madeira, bombeiros e até jornalistas.
Toda gente ganha em ver as pessoas desesperadas e o país a arder.
Entretanto o governo vai assobiando para o lado e dizendo que a culpa é dos proprietários que não têm dimensão para manter o terreno limpo …
E mandam os seus cães de caça apanhar multas e perseguir esses mauzões que não sabem que têm de vender os seus terrenos por tostões a empresas como Navigator para eles gerirem como deve ser!