Como seria se o Livro de Eclesiastes se multiplicasse por um número infinito de exemplares com diferentes interpretações? Katherine Ye, aluna da Universidade Carnegie Mellon, criou um software que torna essa experiência possível.
Há dezenas de traduções inglesas da Bíblia. Muitas vezes, as diferenças existentes entre elas podem alterar dramaticamente o significado do conteúdo, e uma discordância interpretativa pode ser o suficiente para eclodir inúmeros conflitos religiosos.
Agora, no ano 2017 depois de Cristo, surge o Hyperbible – um gerador de interpretações da Bíblia, que usa gramática generativa para criar um conjunto infinito de frases. A aplicação foi desenvolvida por Katherine Ye, estudante de ciências da computação da Universidade Carnegie Mellon, nos EUA.
Segundo a Vice, o Hyperbible é um sistema capaz de criar novas traduções do Livro de Eclesiastes, uma coleção de provérbios e conselhos que faz parte da Bíblia. Usando apenas versões da Bíblia em inglês, a aplicação recorre a análise combinatória para gerar múltiplas interpretações do livro religioso.
O Livro de Eclesiastes, que terá sido escrito pelo rei Salomão na sua velhice, é composto por 12 capítulos e 222 versículos, e cada um dos versículos pode ser interpretado de dez formas diferentes, que podem, por sua vez, ser combinadas de forma diferente também.
Ora, em cada versículo, o Hyperbible seleciona aleatoriamente uma entre as dez diferentes traduções do Eclesiastes, ordenando-as com base nos capítulos originais, até obter um livro completo. O resultado é um número quase infinito de versões do livro.
“A probabilidade de dois leitores se depararem com o mesmo Livro de Eclesiastes ao longo da vida é zero“, garante Ye. Tem dúvidas? Experimente por si, aqui.
O código-fonte do Hyperbible foi criado em novembro, durante o NaNoGenMo, National Nover Generation Month, iniciativa que desafia programadores a desenvolverem algoritmos com o intuito de escreverem livros.
Ao contrário de qualquer outro algoritmo, o do Hyperbible foi pensado e trabalhado ao pormenor para lidar com este tema delicado: a interpretação da Bíblia. Graças à sua mãe, que sempre preferiu a tradução inglesa da Bíblia em vez da chinesa, Ye sabia os perigos que enfrentava ao basear-se apenas numa tradução.
No futuro, a estudante de ciências da computação quer trabalhar com estudiosos da Bíblia, com quem possa analisar os seus textos mais controversos – e quem sabe, conseguir descobrir a intenção dos seus autores.
Mas isso é precisamente o que acontece com qualquer pessoa que leia a bíblia!!
A bíblia tanto diz uma coisa, como exactamente o seu contrário – ou seja: não diz NADA!!
Já que tem esta opinião e espero bem fundamentada, gostava que me informasse onde a biblia diz uma coisa e o seu contrário!
Confesso que não percebi se a sua questão é retórica ou ironia, ou se está mesmo a perguntar!…
Mas gosto especialmente desta:
-Êxodo 20:13
“Não matarás”
-Números 15:32-36
“Certo dia, quando os israelitas estavam no deserto, encontraram um homem recolhendo lenha no dia de sábado.
Aqueles que o encontraram recolhendo lenha levaram-no a Moisés, a Arão e a toda a comunidade, que o prenderam, porque não sabiam o que deveria ser feito com ele.
Então o Senhor disse a Moisés: “O homem terá que ser executado. Toda a comunidade o apedrejará fora do acampamento”.
Assim, toda a comunidade o levou para fora do acampamento e o apedrejou até à morte, conforme o Senhor tinha ordenado a Moisés.”
Ou seja, num texto que não se deve matar, mas noutro manda apedrejar um homem até à morte só porque ele estava apanhar lenha ao Sábado!!
Lindo!…
Há uma visão de Deus que vai evoluindo ao longo do Antigo Testamento e a qual depois é totalmente revista no Novo Testamento, com a mensagem de Jesus Cristo.
Mesmo no antigo testamento, fica clara e ideia de que a interpretação do que é a “vontade” de Deus vai sendo corrigida e evoluindo. Mas o que você aí faz pelo que me apercebo, é uma manobra de demagogia (como vem sendo hábito) e troca a ordem cronológica das coisas. Mete o capítulo 20 antes do 15, para dar a ideia de que Deus primeiro diz “não matarás” e depois mais tarde executam uma pessoa por vontade de Deus. Esse não é o sentido em que evolui a interpretação de Deus. Você troca a ordem das coisas intensionalmente.
A ordem é a inversa: Primeiro, devido a uma interpretação inicial da vontade de Deus, Moisés manda apedrejar uma pessoa por trabalhar ao Sábado. Depois mais tarde é que são revelados a Moisés os 10 Mandamentos, entre os quais se encontram “Não Matarás”.
Há aqui uma linguagem simbólica que pretendia apresentar os Judeus como o povo escolhido por Deus, que além de aparecer a ajudar na sua libertação do Egipto, aparece primeiro a castigar tudo o que está relacionado com uma suposta antiga “ordem pagã”, e depois desalvar os Judeus e lhes dar uma “Terra Prometida”, lhes entrega um conjunto novo de “leis” – os Dez Mandamentos” agora adaptados a um novo começo, tudo de raiz só com o povo escolhido. Enfim… O Judaismo a apresentar os Judeus como “escolhidos” que já não precisam nem se devem matar entre eles. Esta linguagem simbólica é um pouco como o “começar de novo” da Arca de Noé, ou mais tarde com Cristo, o “começar de novo” interior de cada vez que confessando e comungando, cada ser humano se liberta e se limpa. O simbolismo está lá todo e refere-se a uma mesma ideia de “nova chance de recomeço e de purificação”. De resto, estes rituais estão presentes em quase todas as religiões do mundo, desde os mais antigos xamanismos… E é desta noção de “Religar” ao sagrado, que vem o termo “Religião”.
Depois mais tarde, a mensagem de Cristo no Novo Testamento perante os apedrejamentos é a de que “quem nnuca pecou, que atire a primeira pedra”. Se calhar para si isto é mais uma inconcebível contradição. MAs não, isto é a continuidade que observamos em toda a Bíblia de uma mensagem cada vez mais tolerante e de amor e compaixão.
Uma vez mais, e tal como digo no meu comentário mais abaixo, é importante enquadrar os textos da Bíblia num contexto se simbolismo e não de factualidade como sería o caso num compêndio histórico. Há inclusive teorias que apontam para a provável hipótese de que Cristo, ao longo dos anos de que não há registos da vida dele np novo Testamento (entre os 12 e os 30 anos), tenha andado a peregrinar pelo extremo Oriente, onde terá tido intensivo contacto com culturas Budistas, de onde terá surgido muita da sua inspiração para interpretar Deus com base no amor e na compaixão.
Mesmo que haja mensagens contraditórias na Bíblia (que as haverá certamente), isso não tem razão nenhuma para causar espanto. A Bíblia é um apanhado de textos com origens e épocas separadas por milénios e por continentes. O Antigo Testamento tem textos que já vinham de tradições orais anteriores aos Sumérios e que se pensa ter origem no fim das últimas glaciações, há mais de 10 mil anos. Estas tradições (como o Paraíso e Adão e Eva, ou a Arca de Noé) encontram-se não só na Suméria antiga (lendas de Gilgamesh) como noutras culturas ainda mais antigas. Outros textos são muito mais recentes como o Êxodo. Mas tudo isto é pré-Cristianismo, como é de ver.
O Novo Testamento é totalmente separado disto e foi juntado quase a martelo séculos depois da morte de Cristo (portanto ainda muito mais recente do que o êxodo, por exemplo), com base em textos (evangelhos) que começaram a ser escritos a partir de 50DC com base nas Cartas de Paulo pouco antes da morte dos apóstolos Paulo, Pedro e Tiago. O primeiro Evangelho (S. Marcos) surge cerca de 70DC com base em narrativas escritas durante as perseguições de Nero aos Cristãos. O Evangelho segundo S. MArcos terá servido de fonte aos Evangelhos de São Lucas e S. Mateus cerca de 90DC, mas que também incluiram narrativas que S. Marcos não incluira. Estes 3 Evangelhos são os chamados Evangelhos Sinopticos por conterem uma grande quantidade de histórias e estrutura de palavras em comum. O Evangelho segundo S. João, escrito cerca de 100DC não faz parte do grupo dos Sinopticos e acredita-se ter origem em tradições orais e escritas do tempo da vida de Jesus, e não posteriores a ela, como é o caso dos Sinopticos. Por esse motivo será o mais fiel à época e à realidade dos factos… E dá particular ênfase às diferenças entre Cristianismo e Judaismo. Este último Evangelho, juntamente com o Livro da Revelação (escrito pelo próprio S. João) e com as Epistulas de João, forma a chamada Lietratura Joanina, diferente dos Evangelhos sinopticos.
As origens e fontes literárias da Bíblia são tão diversas, que acusar a Bíblia de “contradições” como se ela tivesse sido um livro escrito num dado momento pelas mesmas pessoas, só mostra um profundo desconhecimento. As “contradições” da Bíblia são uma “não questão” porque a Bíblia é um apanhado de textos de origens totalmente díspares no tempo e na geografia. Mas a antiguidade das fontes do Antigo Testamento estão comprovadas, não só em documentos de escrita cuneiforme Suméria, como até nos Pregaminhos do Mar Morto.
Eu consigo compreender o “sentido” da bíblia (e não há duvidas que tem muitas contradições – sendo algumas perfeitamente compreensíveis (tendo em conta o espaço e tempo!)) e, no geral, até estamos de acordo – mas não percebi esta parte:
“Mas o que você aí faz pelo que me apercebo, é uma manobra de demagogia (como vem sendo hábito) e troca a ordem cronológica das coisas. Mete o capítulo 20 antes do 15, para dar a ideia de que Deus primeiro diz “não matarás” e depois mais tarde executam uma pessoa por vontade de Deus. Esse não é o sentido em que evolui a interpretação de Deus. Você troca a ordem das coisas intensionalmente.”
“manobra de demagogia (como vem sendo hábito)”?!
“Você troca a ordem”?!
Demagogia?! Hábito?!
Onde é que eu troquei a “ordem”?!
Não sei de que modo “interpreta” a bíblia, mas em qualquer parte do mundo, penso que consensual que o capitulo 20 do Êxodo é anterior ao capitulo 15 do Números!…
Supostamente, o Êxodo é o 2º livro da bíblia e o Números é o 4º livro da bíblia!…
Não será?!
Como gosto muito de história, a bíblia (para mim) serve principalmente como documento histórico – já que as religiões são “uma cena que a mim não me assiste”!!..
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Tendo em conta tudo isto, é perfeitamente natural que um qualquer algoritmo dê “interpretações infinitas” aos textos da bíblia – eu também dou (e não há nada de errado nisso)!!!
Não acha?
E se falassem só do que sabem? Se calhar fechavam a boca!
Era o que tu devias ter feito, já que não acrescentaste absolutamente nada à conversa!!
é como tu não acrescentas NADA de NADA. a biblia pelos vistos é so para quem a entende e não para ti ó desentendido.
Mais um palerminha atrasado a responder a comentários de 2017 e que acha que a Bíblia é só para iluminados!…
Enfim… um triste alienado que, ao fim de quase 3 anos, conseguiu a proeza de não dizer NADA!!
A biblia está em consonância do principio ao fim, porém como todas as leituras têm um contexto, devemos contextualizar-nos de acordo com o que iremos ler. Só assim poderemos entender qual a mensagem que o escritor pretendia escrever.
É preciso ter uma mente aberta e estar disposto a ser contrariado nos preconceitos que sabemos antes de estar devidamente informados.
Só comprovando tudo o ques está escrito, com fontes fidedignas é que puderemos entender qual a mensagem da Bíblia.
Acrescento apenas uma pequena questão: Acreditamos que qualquer governo pode implementar regras, nem que para isso recorra à força.Mas no entanto porque não concordamos com a Bíblia que pretende orientar o mundo inteiro sem violência?
O problema está na mentalidade da nossa civilização e em particular das sociedades ocidentais, que sendo predominatemente condicionadas por uma forma dialética, cartesiana e aristotélico-ptolomaica da realidade, entende que para um documento escrito ou um livro terem valor formativo, devem ter uma linguagem objectiva e factual.
A Bíblia, como tantos outros textos de componente espiritual e mística, tem uma combinação de factualidade histórica, com linguagem simbólica e sugestões poéticas e subjectivas. Há uma enorme componente se alegoria e simbolismo que além de ter sido algo deturpada ao longo do tempo, ainda é erradamente vista como um texto factual e objectivo, quase como um compêndio de História. Ora a Bíblia não é isso!
A Bíblia sugere realidades transcendentais (fora do mundo físico que os nossos 5 sentidos percepcionam) com recurso à simbologia e à alegoria. Quando se diz que Deus criou o mundo e ao sétimo dia descansou por exemplo, não é para ser interpretado no sentido literal de 7 dias, como tentar dar a entender as Testemunhas de Jeová, por exemplo. O Paraíso, Noé e a sua Arca, etc… Tem tudo uma grande carga simbólica, mas não menos interessante por isso. É até muito interessante estudar e compreender os pontos comuns existentes nos mais diversos textos espirituais das diferentes religiões, quando interpretados para além do seu sentido literal.
Um dia peguei numa Biblia, li algo um pouco na diagonal e, achei-a tão enfadonha, que logo a encostei, para sempre…
As nossas imperfeições fazem com que nos não entendamos a bíblia na sua plenitude,
Jesus porém simplificou tudo ao dizer eu sou o caminho, a verdade e vida e aquele que vem a mim de maneira nenhuma o lançarei fora……
Eu comecei a ler a Biblia era ainda criança mas parei porque ,em certas partes,assustei-me com o Deus ali representado… Deus para mim era ( e é ) Amor,Perdão,Tolerância,enfim,o que Ele É : Um Pai. Claro que ate os pais se zangam e castigam os filhos quando estes se portam mal mas sempre castigos didaticos e com amor,para que aprendamos a ser melhores,nao castigar por vingança ou raiva. Mesmo sendo criança pensei que a pessoa que escreveu aquelas coisas na Biblia deveria ter-se enganado. Temos que entender que muitas coisas na Biblia ,foram baseadas em lendas antigas,foram mal interpretadas ou escritas com algum interesse político. Outras coisas estao certas. Mas é perigoso levar ao pé da letra escritos tão antigos ;a imagem de Deus como tirano ajudou certamente a que muitas pessoas se afastassem da religião e ajudou também a que muitos se achassem no direito de castigar quem com eles nao concordasse. A meu ver,as coisas más do mundo não são castigo de Deus. São do mal que também existe. Deus É Amor Puro, É A Perfeição ,É Pai.