/

UE pede libertação imediata de Navalny. Opositor impedido de contactar defesa

2

O presidente do Conselho Europeu, Charles Michel, considerou no domingo “inaceitável” a detenção do opositor Alexei Navalny pelos serviços prisionais russos (FSIN) à sua chegada a Moscovo, apelando às autoridades daquele país para o libertarem “imediatamente”.

A detenção de “Navalny à chegada a Moscovo é inaceitável. Apelo às autoridades russas para que o libertem imediatamente”, escreveu no Twitter, citado pelo Jornal de Notícias.

Navalny foi detido à chegada ao aeroporto Cheremetievo de Moscovo sob a acusação de ter violado os termos de uma pena de prisão suspensa a que foi condenado em 2014. Em comunicado, o FSIN informou que este permanecerá nesta condição “até à decisão do tribunal” sobre o seu caso, sem especificar uma data.

O FSIN avançou que Navalny “figura numa lista de pessoas procuradas desde 29 de dezembro de 2020 por múltiplas violações do seu período probatório”.

O avião ia aterrar no aeroporto Vnoukovo de Moscovo, onde era aguardado por dezenas de apoiantes, mas acabou por aterrar no aeroporto Cheremetievo, também na capital russa.

Esta segunda-feira, os apoiantes de Navalny disseram que as autoridades estão a impedir os advogados de contactar com o dirigente da oposição russa. Este “foi detido ilegalmente, eles não deixam que os advogados o vejam”, denunciou o Fundo de Luta Contra a Corrupção, organização liderada pelo dirigente oposicionista, citado pela agência Lusa.

“Alexei foi detido sem que o motivo fosse explicado (…). Não me deixaram regressar para junto dele” após ter passado pelos serviços fronteiriços, disse à agência France Presse a advogada de defesa, Olga Mikhailova.

A detenção do dirigente da oposição ao regime de Putin está a intensificar as tensões políticas entre Moscovo e o Ocidente.

Alexei Druzhinin / Sputnik / Kremlin / EPA

O Presidente da Rússia, Vladimir Putin

O ministro alemão dos Negócios Estrangeiros, Heiko Maas, disse que a detenção de Navalny “é completamente incompreensível”. “A Rússia está limitada pela própria Constituição e pelos compromissos internacionais devendo respeitar o Estado de Direito e a proteção dos Direitos Civis”, acrescentou, frisando: “Estes princípios devem também ser aplicados a Alexei Navalny que deve ser libertado de imediato”.

A mesma posição foi demonstrada pelo ministro francês dos Negócios Estrangeiros e pela diplomacia da Polónia. “Expresso toda a solidariedade para com todos os russos que partilham dos mesmos ideais do líder da oposição detido”, referiu o ministro dos Negócios Estrangeiros polaco, Zbigniew Rau.

O presidente eleito dos Estados Unidos (EUA), Joe Biden, através do conselheiro para a Segurança Nacional, pediu às autoridades russas a libertação do oposicionista. “Navalny deve ser libertado de imediato e os autores do ataque de que foi vítima (em agosto) devem ser responsabilizados”, afirmou Jake Sullivan através das redes sociais.

O secretário de Estados norte-americano cessante, Mike Pompeo, apontou que os EUA “condenam fortemente” a detenção considerada “a última tentativa de silenciar Navalny e outras figuras da oposição e outras vozes críticas” da Rússia.

O Governo britânico expressou “profunda preocupação” pela detenção e defendeu uma investigação sobre o caso de envenenamento. “Em vez de processar a vítima deste terrível crime, as autoridades russas deveriam investigar como uma arma química foi utilizada em território russo”, lê-senum comunicado do Ministério dos Negócios Estrangeiros britânico.

Os trabalhistas britânicos na oposição também tomaram posição contra Moscovo.

Entretanto, o ministro dos Negócios Estrangeiros russo, Sergey Lavrov, disse esta segunda-feira que as reações “ocidentais” sobre a prisão de Navalny refletem “uma ação de diversão para disfarçar a crise dos modelos de desenvolvimento do Ocidente”.

O opositor regressa à Rússia depois de quase cinco meses de tratamento médico na Alemanha, após ter sido envenenado com uma substância tóxica de uso militar, ato que, segundo o ativista, foi ordenado pelo Presidente russo, Vladimir Putin. Laboratórios na Alemanha, França e Suécia, assim como a Organização para a Proibição de Armas Químicas indicaram que esteve exposto a um agente neurotóxico, do tipo Novichok, da era soviética.

Taísa Pagno //

2 Comments

    • Começar bem e acabar mal…bem poderia ser o titulo do seu comentário, mentes limitadas não saem do mesmo lugar…Não é Russo portanto a única coisa que pode fazer é ir votar, no seu país, em conformidade com as suas ideologias politicas e assim quem sabe perder o medo desse tal A.Ventura que menciona…
      Mas vá, vote, faça alguma coisa pelo seu país ou ainda acaba a viver num país com um ditador 😉

Deixe o seu comentário

Your email address will not be published.