A União Europeia está a contas com um processo no Tribunal Penal Internacional, onde é acusada de pagar aos próprios traficantes para parar a imigração.
Omer Shatz, advogado e professor de Direito Internacional interpôs um processo à União Europeia, em junho, no Tribunal Penal Internacional. Em colaboração com o advogado Juan Branco, sustenta que há pessoas a morrer no Mediterrâneo devido a decisões políticas tomadas pela União Europeia.
Em entrevista exclusiva ao jornal Público, Shatz disse que se trata de acusações de crimes ou homicídio por omissão, por abandonarem a “zona de buscas e salvamento”. Depois, há ainda acusação de crime por procuração, já que afastou as organizações não governamentais que ocuparam o espaço, deixando-o à responsabilidade da “guarda costeira líbia”.
As milícia líbias intercetam os migrantes que tentam fugir e levam-nos para uma espécie de “campos de concentração”, onde são torturados. Shatz realça que ninguém contesta que haja crimes a ser cometidos na Líbia a imigrantes.
O advogado diz ainda que a União Europeia está a pagar centenas de milhares de euros a estes traficantes para travar a migração. Nos últimos cinco anos, quase 20 mil pessoas morreram no Mediterrâneo e 50 mil pessoas que foram levados para a Líbia pelas milícias – e há uma tendência para este valor aumentar.
A UE “afasta os barcos das ONG e espera que cheguem os barcos da guarda costeira líbia”. Se não chegarem, deixam que morram afogados. “E não sou eu ou o Juan Branco a dizer isto. Se ler os relatórios da ONU, dos relatores da tortura, das execuções sumárias, a Human Rights Watch, a Amnistia Internacional… A própria UE retirou o seu pessoal na Líbia, porque não é seguro”, explicou.
Querida ZAP, não é “que se tratam de acusações”, é que se TRATA de acusações. O verbo tratar, quando é sinónimo de “lidar com”, só se pronuncia na 2ª pessoa do singular.
Obrigado pelo reparo, está corrigido.
Terceira pessoa do singular.
Enganei-me na tecla, claro que é na 3ª pessoa do singular lol.