Fica na História: Ucrânia negoceia adesão à UE (porque Orbán saiu da sala a meio)

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Stephanie Lecocq / POOL / EPA

António Costa (esq) com o presidente do Conselho da Europa, Charles Michel

União Europeia abre negociações para adesão de Ucrânia e Moldávia. Unanimidade só chegou por causa da ausência da Hungria. Foi “elegante”, diz António Costa.

“Boa noite a todos”.

Charles Michel sai de repente da sede da União Europeia e apanha de surpresa as dezenas de jornalistas, que nem tiveram tempo de se prepararem como o costume.

O presidente do Conselho Europeu não espera pelo sinal e faz uma introdução: “Este é um momento histórico e mostra a credibilidade e a força da União Europeia”.

Depois, o anúncio.

A decisão está tomada: “Abrimos as negociações (de adesão) com Ucrânia e Moldávia. Concedemos o estatuto (de candidatos) à Geórgia e à Bósnia-Herzegovina”.

Está aberto o processo para a Ucrânia, em tempos de guerra, aderir à União Europeia.

A decisão só foi possível porque Viktor Orbán saiu da sala durante a reunião.

Quando Charles Michel lançou a pergunta para a votação, sobre se todos os 27 países aceitavam iniciar negociações, o primeiro-ministro da Hungria deixou a reunião.

Era preciso haver unanimidade para o processo avançar – assim, como a Hungria não estava, houve unanimidade.

“Ou ficávamos num impasse e Hungria ficaria a bloquear a decisão, ou havia uma forma elegante de desbloquear a situação e foi o que se optou”, reagiu António Costa, primeiro-ministro de Portugal.

Mas Orban reagiu, pouco depois: “É uma decisão descabida, irracional e incorrecta, nestas condições. A Hungria não irá mudar a sua posição. Por outro lado, 26 países insistiram em tomar esta decisão. Por isso, a Hungria decidiu que, se os 26 países o querem fazer, devem fazê-lo por sua conta“.

“A Hungria não quer fazer parte desta má decisão e, por esse motivo, a Hungria não participou na decisão de hoje”, finalizou o primeiro-ministro húngaro.

Enquanto a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, dizia que este dia “ficará gravado na História” da União Europeia, Volodymyr Zelenskyy falou igualmente sobre um dia histórico para “quem luta pela liberade” e agradeceu “a todos os que trabalham para que isto acontecesse e todos os que ajudaram. Hoje felicito cada ucraniano”, completou o presidente da Ucrânia.

Nuno Teixeira da Silva, ZAP //

3 Comments

  1. Continuo sem saber porque a Hungria ainda está na UE!!!
    Se são prõ-russos… boa viagem!!!
    Fica mais uma “ilha” no seio da UE, tipo Suiça… amigos, amigos, falcatruas à parte!!!

  2. Está na hora da Hungria abandonar a UE, à qual nunca deveria ter pertencido, já que os seus desígnios e vocação são outros. O Putin agradece e vai recompensar!

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