A Uber começa o novo ano com uma redução nos preços das viagens em Portugal continental, a ter início a partir desta sexta-feira. Os motoristas são contra a redução e já estão a preparar protestos.
A Uber vai baixar os preços de todos os serviços disponibilizados na aplicação móvel em Portugal continental. Os novo preços estão disponíveis para consulta, aqui.
Na Uber X, a descida do preço ronda os 10%. A partir desta sexta-feira, a tarifa base das viagens passa a ser 90 cêntimos, em vez de 1 euro. Além disso, são adicionados nove cêntimos a cada minuto e 60 cêntimos por quilómetro.
“Acreditamos que estes novos preços vão tornar o serviço ainda mais acessível para utilizadores e, simultaneamente, melhorar os rendimentos de motoristas”, disse Mariana Ascenção, diretora de comunicação da Uber Portugal, em declarações ao ECO.
No entanto, os motoristas têm uma opinião diferente, defendendo que a redução dos preços pela plataforma eletrónica lhes vai reduzir a margem de lucro.
Os motoristas convidam os colegas a fazerem uma “greve nacional de TVDE” no sábado, no domingo e na segunda-feira, desligando a aplicação. Segundo um motorista no Porto contactado pela Lusa, o protesto surgiu no âmbito de vários grupos de motoristas que se reuniram nas redes sociais, nomeadamente no WhatsApp.
A redução de preços vai diminuir a margem de lucro por viagem destes motoristas para níveis insustentáveis, acrescentou. Apesar de o protesto estar agendado para a partir de sábado, hoje, no Porto, já bastantes motoristas terão desligado a aplicação, acrescentou, sem conseguir determinar se o mesmo aconteceu em Lisboa e noutras zonas do país.
Num ‘flyer’ a apelar à greve divulgado na internet, com a ‘hashtag’ “#uberoff”, os motoristas e parceiros da Uber dizem estar “cheios de cortes e tarifas cada vez menores, enquanto as despesas aumentam cada dia”.
Convocam também um encontro para segunda-feira, em Lisboa, no parque de Belém, pelas 10:00, de onde partirão em marcha lenta até ao ‘green hub’ da Uber nas Amoreiras. Está ainda a decorrer uma petição pública online, subscrita por mais de mil pessoas até ao momento.
Os signatários pedem a intervenção do Presidente da República, do Governo, dos deputados e dos partidos com assento parlamentar contra os “constantes atropelos” à lei para o setor da atividade de TVDE (transporte individual e remunerado de passageiros em veículos descaracterizados a partir de plataforma eletrónica).
Entre os atropelos, criticam os preços das tarifas praticadas, estabelecidas pelas plataformas eletrónicas que “alteram os valores (sempre baixando os preços) sem preocupação com a remuneração de cada parceiro/motorista”, tornando “insuportável os valores inerentes” à atividade.
A 2 de janeiro, quinta-feira, “a Uber baixa as tarifas a seu bel-prazer em cerca de 10% mantendo a taxa de intermediação máxima permitida por lei (25%) com um aviso prévio de apenas seis horas, ou seja, informaram por volta das 18:00 a alteração de tarifas a vigorar a partir” de hoje, é salientado na petição.
Contactada pela Lusa, fonte oficial da Uber afirmou que “os motoristas podem escolher livremente estar ligados à aplicação, sendo que a Uber não impõe qualquer limitação nesse aspeto”, competindo-lhe “oferecer o melhor valor possível tanto a motoristas como utilizadores”, para poder “continuar a contar com a preferência de ambos”.
“Estes novos preços vão tornar o serviço ainda mais acessível para utilizadores e, simultaneamente, melhorar os rendimentos de motoristas”, um equilíbrio “essencial para que a mobilidade partilhada possa ser uma alternativa efetiva ao carro particular e continue a ser uma oportunidade económica atraente para parceiros e motoristas”, escreveu a mesma fonte, através de email.
Numa mensagem enviada hoje a clientes, a Uber revelou que “os preços das viagens foram reduzidos” e apresenta uma ligação para os novos tarifários.
ZAP // Lusa
Estes é que são os grandes gestores ! O princípio está certo, aumento da concorrência e diminuição de preços. Agora no que toca à distribuição é mais uma xico-espertice, uma americanice que muitos gostam de imitar. Se é para diminuir 10%, diminuma 5% nos motoristas e 5% na aplicação, mas é sempre mais fácil e útil diminuir 10% aos motoristas