O “truque” de comprar um iPhone nos EUA e trazê-lo para Portugal deve acabar em 2025. Tim Cook tentará suavizar a situação.
Comprar um iPhone em Portugal não é o mesmo que comprar um iPhone nos EUA.
Em Setembro, deixámos aqui o exemplo do recente iPhone 16: o seu modelo mais básico custaria 724 euros nos EUA e 989 euros em Portugal – embora ainda faltem os impostos de cada Estado no preço norte-americano.
Uma comparação feita pela Wise mostra que comprar um iPhone SE em Nova Orleães (Louisiana) custaria 396,35 euros e em Portugal custaria 549 euros na altura.
Mas esta diferença tão evidente pode ser suavizada, ou acabar mesmo, em 2025.
Donald Trump vai ser novamente presidente dos EUA e uma das suas prioridades a nível económico é aplicar uma taxa de pelo menos 60% a produtos que venham da China.
Essa medida não é um pormenor: deve afectar bastante os preços cobrados pela Apple nos EUA.
A Apple tem sede na Califórnia (EUA) mas boa parte dos componentes para os iPhones são fabricados na China.
Ou seja, o preço final de um iPhone deve subir (muito). Como já destacámos, um iPhone pode ficar 300 euros mais caro nos EUA do que agora.
Cook tenta
Tim Cook, director-executivo da Apple, ainda vai tentar suavizar essa mudança. Tem boa relação com Trump e pode tentar que a Apple seja uma excepção nesses novos impostos.
Aliás, não seria a primeira vez: já convenceu a Casa Branca a não aplicar tarifas à maioria dos produtos que a Apple vende, justificando que estas iriam aumentar os preços dos smartphones, computadores e tablets.
Tim Cook tem outra estratégia que já começou a aplicar: parte dos componentes começaram a ser produzidos na Índia (o primeiro-ministro Narendra Modi é amigo de Donald Trump) e no Vietname.
O Canaltech deixa mais dois caminhos alternativos do director da Apple. Um deles está relacionado com o Mac Pro. Vai ser lançado em 2025 e é totalmente montado em Austin, EUA. E a Apple vai em breve abrir uma fábrica no Arizona.
Mas Tim Cook deve sobretudo tocar num “ponto fraco” de Trump: patriotismo. Vai avisar o futuro presidente que taxar a Apple pode beneficiar a sul-coreana Samsung nos EUA. Ou seja, prejudicará mais uma empresa local do que uma estrangeira.