O Presidente norte-americano, Donald Trump, disse que “chegou a hora” de fazer regressar a casa os dois mil soldados que os EUA mantêm na Síria para lutar contra o grupo jihadista do Estado Islâmico.
Não é claro se o país vai continuar envolvido na guerra através de bombardeamentos ou outras operações pontuais, mas a declaração de Trump no Twitter aponta para uma retirada total: “Ganhámos!”, reforçou o presidente. “Os nossos rapazes, as jovens mulheres, os nossos homens, vão todos regressar, e vão todos regressar agora”.
Trump já tinha recorrido antes à sua conta no Twitter para justificar por escrito a decisão de retirar as tropas: “Derrotámos o Estado Islâmico na Síria, a única razão para estar ali durante a Presidência”.
Os Estados Unidos anunciaram na quarta-feira que vão retirar da Síria os dois mil soldados norte-americanos no terreno, “de forma rápida e completa”.
“Começámos a fazer regressar as tropas norte-americanas a casa, e a entrar na fase seguinte desta campanha”, disse a porta-voz da Casa Branca Sarah Sanders, numa declaração que não permite esclarecer se todos os cerca de dois mil militares dos EUA que estão no país vão sair, ou quando.
A iniciativa terá partido do próprio presidente dos EUA, Donald Trump, e produzirá efeitos já em 2019, embora os norte-americanos continuem com tropas no Iraque, com capacidade de desferir ataques na Síria.
A Reuters cita uma fonte da Administração Trump que diz que o objetivo é retirar as forças norte-americanas dentro de 60 a 100 dias e que o Departamento de Estado esperava retirar todo o seu pessoal da Síria dentro de 24 horas. Outra fonte disse que os militares querem sair fazer uma retirada completa – e que querem fazê-lo num prazo mais acelerado do que os 60 a 100 dias.
Porém, segundo o jornal New York Times, alguns conselheiros da Casa Branca estão a tentar demover o presidente de retirar os militares da Síria.
“Uma retirada dos EUA nesta altura seria uma grande vitória para o Daesh, o Irão, Bashar Al-Assad e a Rússia”, afirmou o senador Lindsey Graham, um dos maiores defensores do envolvimento norte-americano na guerra da Síria. “Com todo o respeito, o Daesh não foi derrotado na Síria e no Iraque e, tendo acabado de regressar da região, posso dizer que certamente não foi derrotado no Afeganistão”, escreveu o senador.
As tropas americanas lideram desde 2014 a coligação internacional contra a ameaça terrorista. Durante a campanha presidencial de 2016, Donald Trump tinha defendido a diminuição da presença militar norte-americana no Médio Oriente.
Contudo, quando tomou posse como presidente dos EUA, Trump recuou nessa intenção, concordando com assessores militares que o convenceram da necessidade de manter forças na Síria, para acabar com o Estado Islâmico.
No início de dezembro, o Pentágono tinha desmentido qualquer intenção de retirada de tropas da Síria.
ZAP // Lusa