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“Estamos a ser esmagados”. Trump não está feliz com o seu shutdown

Kevin Dietsch / EPA

O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump

Apesar de reiterar que não vai ceder enquanto não vir aprovado o financiamento para a construção de um muro na fronteira com o México, Donald Trump têm mostrado, nos bastidores do shutdown dos Estados Unidos, frustração com o processo e descontentamento com a cobertura jornalística.  

“Estamos a ser esmagados!”, terá dito o Presidente norte-americano ao chefe do gabinete, Mick Mulvaney, de acordo com uma fonte próxima de ambos citada pelo jornal The New York Times. “Por que não podemos conseguir um acordo?”, terá questionado.

Em causa está o projeto de orçamento para o ano fiscal em curso que Trump se recusa a assinar por não ver incluída uma verba – que ascende a 5,7 mil milhões de dólares – para a construção do muro. Este impasse político entre o Presidente e o Congresso norte-americano levou Trump a paralisar parcialmente o Governo dos Estados Unidos.

Vinte e sete dias volvidos, esta paralisação é já a mais longa da história política dos Estados Unidos, tendo ultrapassado o recorde de 21 dias estabelecido durante a presidência de Bill Clinton, em janeiro de 1996.

Segundo noticia o NYT, Trump estará incomodado com a resistência dos democratas, bem como com a cobertura levada a cabo pelos média. Sondagens recentes, nota o jornal, indicam que os norte-americanos culpam o Presidente pela paralisação, que deixou já cerca de 800 mil funcionários sem salários.

Maior impacto financeiro do que era esperado

Os conselheiros presidenciais têm alertado Trump sobre os efeitos negativos que esta paralisação – que afeta todos os serviços considerados não essenciais – está a ter na economia norte-americana. Ao encontro do que noticia o NYT, os assessores económicos da administração de Trump admitiram esta quinta-feira que a paralisação parcial do governo está a ter um impacto financeiro maior do que o inicialmente estimado.

“Fizemos um cálculo preliminar, no início da crise, que apontava para danos menores do que aqueles que agora constatamos”, explicou Kevin Hassett, presidente do Conselho Económico da Casa Branca.

Trump aponta o dedo, segundo relata o NYT, aos seus conselheiros, culpando-os por não conseguir a negociação que pretende. Também o Business Insider frisa o descontentamento de Presidente norte-americano, notando que este não terá gostado que os seus funcionários não o tenham defendido no Congresso, onde foi debatida a construção do muro que acabaria mais tarde por ser rejeitada.

O impasse continua e, apesar do alegado descontentamento de Trump, o Presidente não mostra sinais de querer recuar, tendo chegado a avisar que a paralisação poderia levar “meses ou anos”. Trump quer que os democratas voltem à mesa de negociações – tarefa que não se adivinha fácil. “Está a tornar-se cada vez mais óbvio que os ‘Democratas Radicais’ são um partido de fronteiras abertas e crime. [Os democratas] não querem ter nada a ver com a grande crise humanitária na nossa fronteira do Sul”, pode ler-se na conta oficial de Trump no Twitter.

Esta é a terceira paralisação parcial em 2018, mas desta feita Trump garante que está disposto a manter o braço-de-ferro para garantir fundos para construir um muro na fronteira com o México, uma das suas mais mediáticas bandeiras eleitorais.

ZAP // Lusa

 

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