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Trump engana tropas sobre aumento salarial na visita ao Iraque (outra vez)

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Michael Reynolds / EPA

Na última quarta-feira Donald Trump fez uma visita surpresa ao Iraque — foi a primeira viagem, enquanto presidente dos EUA, a uma zona de combate.

Na visita à base área Al Asad, a oeste de Bagdade, Trump discursou perante uma multidão de soldados e, no decorrer do discurso, repetiu argumentos falaciosos sobre os salários dos militares.

“Quero que todos saibam que vamos sempre proteger quem nos protege. Vocês protegem-nos. Nós vamos sempre proteger-vos”, começou por dizer. “E vocês acabaram de ver isso, porque vocês acabaram de receber um dos maiores aumentos que alguma vez receberam. Vocês não recebem um aumento há mais de 10 anos… e nós conseguimos um aumento grande para vocês. Eu consegui”, continuou.

“Eles disseram: ‘Sabes, podemos fazer um aumento mais pequeno. Podemos ficar nos 3%. Podemos ficar nos 2%’. Eu disse: ‘Não. Façam de 10%. Façam mais de 10%‘. Já passaram mais de dez anos. É muito tempo”, repetiu falsamente Trump, naquela que foi a primeira visita ao Iraque, acompanhado pela primeira-dama Melania Trump.

De acordo com a CNN e a Business Insider, os salários dos militares têm aumentado anualmente há mais de 30 anos. Em 2018 assistiu-se a um aumento de 2,4% e para 2019, à conta da Lei de Autorização de Defesa Nacional, está previsto outro acrescento de 2,6%. O aumento no orçamento para 2019 foi o maior nos últimos nove anos, mas o aumento salarial não tem nada de novo.

Trump frequentemente invoca o salário militar como prova do seu compromisso com as forças armadas. Em maio, o presidente norte-americano disse às mães e esposas de soldados num evento na Casa Branca que tinha conseguido aumentar o salário dos militares “pela primeira vez em dez anos”.

A viagem de Donald Trump pode também ter comprometido as identidades e as localizações secretas dos Navy Seals no Iraque após ter publicado um vídeo ao lado da equipa esta quarta-feira no Twitter.

O vídeo foi publicado depois de o presidente norte-americano ter visitado os militares destacados no país, mas isso constitui uma “quebra do protocolo que normalmente protege as identidades dos membros das forças especiais em zonas de combate”, de acordo com Malcolm Nance, um especialista em serviços de informações da Marinha.

Agora “a segurança operacional” daquela unidade especial terá ficado comprometida, avisa o especialista, uma vez que ninguém sabia, até agora, que militares norte-americanos estavam no país.

ZAP //

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