Esta terça-feira, o Presidente norte-americano ameaçou cortar a ajuda financeira à Autoridade Palestiniana, mas os palestinianos afirmam que não vão ceder “à chantagem” dos Estados Unidos.
Durante uma série de mensagens no Twitter, Donald Trump sugeriu, esta terça-feira à noite, que pode vir a cortar os fundos atribuídos aos palestinianos por estes já não estarem “dispostos a negociar a paz”. Além disso, sublinhou que Washington não tem recebido “qualquer estima ou respeito” em troca dessa ajuda externa.
“Pagamos aos palestinianos CENTENAS DE MILHÕES DE DÓLARES e não temos qualquer estima ou respeito. Eles nem sequer querem negociar um há muito devido tratado de paz com Israel”, afirmou o Presidente norte-americano.
Este possível corte de financiamento surge em resposta a Mahmoud Abbas, chefe da Autoridade Palestiniana, que declarou que os EUA já não são neutros e que, portanto, não se qualificam para mediar as negociações com o Estado hebraico.
Estas declarações foram feitas na sequência da decisão de Trump declarar Jerusalém a capital de Israel e de anunciar que vai mudar a embaixada norte-americana de Telavive para a disputada cidade, uma decisão contestada pela maioria da comunidade internacional.
Palestinianos não vão ceder “à chantagem” de Trump
Esta quarta-feira, em resposta à ameaça de Trump, a Organização para a Libertação da Palestina (OLP), que integra a Autoridade Palestiniana, acusou o Presidente americano de estar “a sabotar a procura pela paz, liberdade e justiça” naquela região.
“Não cederemos à chantagem”, afirmou Hanan Ashrawi, membro do comité executivo da Organização de Libertação da Palestina, na sequência da ameaça de cortar a ajuda financeira e sobre a recente decisão do Presidente dos EUA de reconhecer Jerusalém como capital de Israel.
Em comunicado, Ashrawi afirma que Trump está a culpar os palestinianos pelas “consequências das suas próprias ações irresponsáveis“.
“Os direitos palestinianos não estão à venda. Ao reconhecer Jerusalém ocupada como capital de Israel, Trump não só violou a lei internacional, como destruiu as bases da paz, aceitando a anexação ilegal da cidade por Israel”, sustentou.
Israel ocupou Jerusalém Oriental durante a Guerra dos Seis Dias, em 1967, e anexou a cidade em 1980, contra a posição da comunidade internacional. Os palestinianos reivindicam Jerusalém Oriental como capital de um futuro Estado da Palestina.
ZAP // Lusa