Um grupo de embaladoras de frutas e hortaliças de uma empresa de produtos agrícolas em Almeria, Espanha, ganhou uma batalha judicial pela equiparação de salários aos colegas homens que trabalham como empregados de armazém.
Eles e elas entra e saem ao mesmo tempo, com a carga horária de oito horas por dia. Elas montam as caixas que acabarão nos supermercados, cheias de pepinos, tomates e outrs legumes. Eles são empregados de armazém.
Argumentando que os dois grupos pertencem a diferentes categorias profissionais, a empresa pagava 6,77 euros aos empregados de armazém, e 6,50 euros às embaladoras.
O tribunal, de acordo com o El País, teve um entendimento diferente, concluindo que a empresa tem de equiparar os salários, dado que estão em causa funções “praticamente” idênticas.
A empresa alegava que os homens têm um trabalho predominantemente físico, mas o tribunal de Almería contrapôs que, com a maquinização do processo de produção, os esforços físicos exigidos aos operadores de armazém não são muito superiores aos que são exigidos às próprias embaladoras.
As embaladoras podem mover diariamente até quatro mil quilos de melancia ou manejar caixas de pepinos que chegam a pesar 18 quilos. “Na prática, as mulheres desempenham mais funções que os homens” e esse maior esforço “não só não é recompensado em termos económicos, como é remunerado abaixo do salário dos homens que trabalham nos armazéns”, sublinha o tribunal da Andaluzia.
“Ganhamos menos 25 ou 30 euros por mês, que não é assim tanto. O que nos incomoda é que não nos considerem iguais quando fazemos tanto esforço como eles e temos mais stress e pressão psicológica“, afirmou ao mesmo jornal Rocío Viciana, trabalhadora da empresa visada e sindicalista.
A decisão abarca as 350 trabalhadoras da empresa, que recorreu da sentença.