O primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, garantiu este domingo, na Faixa de Gaza, que as suas tropas vão retomar a ofensiva após o fim do cessar-fogo temporário e que não haverá uma trégua permantente, até que o grupo islamita Hamas seja eliminado.
Benjamin Netanyahu avisou que, apesar das tréguas temporárias, a guerra vai “continuar até ao fim” do Hamas.
“Nada nos demoverá e estamos convencidos que temos o poder, a força, a vontade e a determinação para alcançar todos os objetivos da guerra”, disse o primeiro-ministro israelita, citado pela agência noticiosa EFE, numa visita ao enclave palestiniano – a primeira visita de Netanyahu a Gaza desde o início das hostilidades de 7 de outubro.
A trégua de quatro dias entrou em vigor às 07h00 de sexta-feira (05h00 em Lisboa) após mais de um mês e meio de guerra, como parte de um acordo para libertar 50 reféns israelitas em troca de 150 prisioneiros palestinianos.
No primeiro dia do cessar-fogo, o Hamas libertou 24 dos cerca de 240 reféns feitos durante o ataque de 7 de outubro contra Israel, e Israel libertou 39 palestinianos da prisão. Os libertados em Gaza foram 13 israelitas, 10 tailandeses e um filipino.
A segunda troca de reféns ao abrigo do acordo de cessar-fogo envolveu a libertação de 13 israelitas e quatro estrangeiros, e 39 prisioneiros palestinianos.
Os reféns israelitas libertados este domingo pelo Hamas incluíam sete crianças e seis mulheres, indicou o gabinete do primeiro-ministro israelita Benjamin Netanyahu.
Cessar-fogo esteve em risco
A segunda troca de prisioneiros sofreu um atraso, devido ao impasse gerado depois de críticas do Hamas, alegando que as entregas de ajuda permitidas por Israel estavam aquém do prometido, e que não chegavam em quantidade suficiente ao norte de Gaza – o foco da ofensiva terrestre de Israel e a principal zona de combate.
Segundo noticiou a agência noticiosa francesa AFP, as brigadas Ezzedine al-Qassam exigiram em comunicado “a entrada de camiões de ajuda humanitária no norte da Faixa de Gaza” e o respeito pelos “critérios de seleção” para a libertação dos prisioneiros palestinianos.
O Hamas também afirmou que não foram libertados prisioneiros veteranos em número suficiente na primeira troca efetuada na sexta-feira, mas o Egito, o Qatar e o próprio Hamas acabaram por afirmar mais tarde que os obstáculos tinham sido ultrapassados.
A guerra eclodiu quando membros do Hamas invadiram o sul de Israel, matando pelo menos 1.200 pessoas, na maioria civis, e fazendo reféns, incluindo bebés, mulheres e idosos, bem como soldados.
Os bombardeamentos israelitas, agora na sétima semana, mataram mais de 14.500 palestinianos, segundo o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza, governada pelo Hamas.
ZAP // Lusa
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