Há trabalhadores portugueses que estão no Qatar nas mesmas condições que outros imigrantes, cuja situação difícil tem chamado a atenção no âmbito do Mundial 2022. “São explorados”, denuncia uma fonte sindical.
Na comunicação social têm saído notícias sobre a condição dos trabalhadores imigrantes no Qatar, incluindo daqueles que ajudaram a construir os Estádios para o Mundial 2022 que está a decorrer neste país.
Oriundos de países como Sri Lanka e Índia, entre outros, “estão lá e são explorados e não têm seguro de saúde, nem direito de reforma”, uma situação que também é vivida por trabalhadores portugueses consulares no estrangeiro, conforme denuncia fonte do Sindicato que os representa.
Há, pelo menos, três funcionários do Estado português que estão no Qatar sem seguro de saúde, nem de reforma, refere à Lusa o secretário-geral adjunto do Sindicato dos Trabalhadores Consulares, das Missões Diplomáticas e dos Serviços Centrais do Ministério dos Negócios Estrangeiros (STCDE).
“É inadmissível para um país como Portugal, membro da União Europeia [UE]”, frisa Alexandre Vieira.
No Qatar, trabalham três funcionários na embaixada portuguesa, mas foram temporariamente destacados mais dois funcionários, que se encontravam na Dinamarca e na Rússia, para apoiar a comunidade lusa que para ali se desloque para assistir aos jogos do Mundial 2022.
O Sindicato realça que a situação destes trabalhadores “é idêntica” à dos imigrantes que vivem no Qatar e que não têm direitos. “O único problema é que eles estão a trabalhar para o Estado português, que deveria dar isso [direitos] como membro da UE e como se fosse uma coisa normal”, refere Alexandre Vieira.
“Se chegar ao hospital sem seguro, mandam-no morrer noutro lado”
“O Qatar não tem segurança social” e, tal como em outros “países ricos, a segurança social é privada”, nota o sindicalista.
Assim, quem quer ter “assistência de saúde tem de contratar um seguro de saúde, se quer ter uma reforma, tem de contratar um seguro de reforma, se quer um seguro de acidentes, tem de contratar um seguro de acidentes” e “se não tiver dinheiro para pagar, morre”, constata Alexandre Vieira.
O dirigente do STCDE relata o caso de uma colega no Qatar que teve de ir embora, pois pretendia engravidar e não tinha seguro de maternidade, nem meios para pagar a assistência num hospital privado. Acabou por ir para Pequim e depois para Londres.
“Se chega ao hospital porque está doente, partiu uma perna, porque caiu, se não tiver seguro eles [no Qatar] mandam-no embora, vá morrer noutro lado“, destaca ainda Alexandre Vieira.
Os profissionais dos postos consulares, embaixadas, missões diplomáticas e centros culturais de Portugal no estrangeiro têm uma greve marcada para 5 de Dezembro deste ano e para 12 de Janeiro de 2023. Este protesto deverá paralisar os serviços, deixando os portugueses que necessitem de alguma ajuda sem poderem contar com ela.
Governo está a regularizar seguro dos trabalhadores
Na reacção à denúncia do Sindicato, o gabinete do Ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, garante que a situação dos trabalhadores destacados para o Qatar, na medida de reforço de pessoal, “está já a ser regularizada”, especificamente no que se refere ao seu seguro de saúde.
“A valorização dos profissionais da área governativa dos Negócios Estrangeiros está no centro da atenção deste ministério, ciente de que a formulação, coordenação e execução da política externa portuguesa, em todas as suas dimensões, assenta em recursos humanos reforçados e reconhecidos”, aponta o gabinete de Cravinho em nota citada pela Rádio Renascença.
ZAP // Lusa
Pouco importa , “esqueçamos isso” como disse o Ilustre , a Mafia da FIFA e o Futibool , justificam Tudo e mais alguma coisa que não sabemos por enquanto ! . Basta ver a “overdose” de Mundial que reina nos canais Televisivos , mas só come quem quer , Eu dispenso !