Trabalhadores da RTP revoltados com contratação de Ana Lourenço

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Itisa / wikimedia

A contratação da ex-jornalista da SIC Notícias, Ana Lourenço, para os quadros da RTP está a indignar a Comissão de Trabalhadores (CT) do canal público.

A jornalista foi anunciada esta terça-feira como a nova pivô da RTP3, cerca de um mês depois de se ter demitido da SIC.

A partir de hoje a jornalista Ana Lourenço integra a equipa de profissionais da RTP.

Posted by RTP1 on Tuesday, March 1, 2016

A Comissão dá as boas-vindas a Ana Lourenço, elogiando-lhe o mérito profissional, mas critica a condição precária dos trabalhadores da empresa a recibos verdes.

“Esta CT espera, no futuro, poder dar as boas vindas aos quadros da RTP aos muitos trabalhadores precários a recibo verde, sem os quais seria impossível manter a funcionar o Serviço Público de Rádio e Televisão de Portugal, e que cuja contratação ainda não foi alvo de qualquer excepção por parte do Sr. Ministro da tutela, Dr. João Soares”, refere a Comissão num documento que terá sido enviado aos funcionários da RTP, de acordo com o Diário de Notícias.

“O serviço público precisa de todos os profissionais competentes que nele trabalham tratados por igual e com os mesmos direitos”, defende ainda a CT.

A Comissão de Trabalhadores enviou ainda uma carta ao Governo denunciando as situações irregulares e apelando a medidas que permitam que a situação dos funcionários da RTP seja regularizada, nomeadamente a alteração de um artigo da Proposta de Lei do Orçamento do Estado que proíbe a RTP de “proceder ao recrutamento de trabalhadores para a constituição de vínculos de emprego por tempo indeterminado, ou a termo, sem prejuízo de situações excepcionais”, à semelhança do que acontece em outras empresas públicas – “mesmo que reduza custos e mesmo que continue a reduzir o número de trabalhadores”.

A CT denuncia que “nos últimos dois meses foram contratados directamente nove pessoas” a recibos verdes para áreas de produção, havendo mesmo “trabalhadores que estavam com contratos a prazo e que, por proposta da empresa, passaram a trabalhadores independentes a recibo verde só para poderem continuar a trabalhar”.

De acordo com os funcionários da RTP, “só para a Direcção de Informação de Televisão foram contratados 20 falsos recibos verdes no último ano“, havendo “muitos mais” casos nas várias delegações do país.

Trata-se, explicam, de “trabalhadores que têm um local de trabalho fixo cumprem horários de trabalho diário e obedecem a uma hierarquia”, o seja, tarefas incompatíveis com vínculos precários como os recibos verdes, e que obrigam a um contrato de trabalho.

ZAP

9 Comments

  1. Ok, mas os “funcionários” a recibos verdes deveriam vir informar sobre as condições das suas contratações, promovendo e apoiando a realização de um concurso (sério) público para a ocupação dos seus lugares. E que tal, hein?

  2. Isto é uma não notícia. Então os trabalhadores saudam a contratação e o título diz que estão revoltados. Em que é que ficamos. Os bons profissionais são sempre bem vindos seja em que actividade for. O Joao Adelino Faria tb veio de outro canal e é um bom profissional. Outros que no passado saíram pra concorrência fizeram no pq são bons profissionais e deram lhe melhores condições noutro lado. Portanto o mercado a funcionar e nos espectadores a ganhar com informação e trabalhos jornalísticos de melhor nível leia se melhor enriquecimento sociocultural.

  3. Infelizmente, mais uma vez, a “caixa” nada tem a ver com o conteúdo. Só serve para vender e manipular a opinião pública. Lamentável.

  4. As pessoas devem ser nomeadas para cargos públicos por competencia.Há que acabar com a dança de cadeiras de quatro em quatro anos.Isto não serve o povo de qualquer País, e o espectáculo de que os Políticos não têm como fim último servi-lo é indecoroso e insuportável.
    Já ninguem parece importar-se com o que parece suponho que muito menos com o que é.
    Os Idais dos Partidos de Esquerda obrigam necessáriamente a que se faça muito melhor e que se páre com mais do mesmo.

  5. Deviam era rever os salários obscenos na RTP para o J. Gabriel por exemplo não vir fazer um anuncio, para despejar as prateleiras da família Belmiro, a dizer que “somos” 2 milhões de pobres onde ele se deve de estar a incluir.
    Esta RTP que se intitula de pública mas privativa de uns poucos onde de público nada tem a não ser a concorrência pimba ao lixo da tv privada e aos ordenados milionários. Privatizem isso ou ajustem os salários.

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