Após 3 inspecções da ACT, trabalhadora continua de “castigo”

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A rotina da funcionária que alega ter sido “castigada” a carregar a mesma palete de rolhas de cortiça todos os dias não mudou, apesar de a Autoridade para as Condições do Trabalho (ACT) ter ido à corticeira Fernando Couto três vezes nos últimos meses.

A TSF apurou que a ACT esteve na corticeira de Paços de Brandão, em Santa Maria da Feira, na passada sexta-feira. Terá sido a terceira visita da entidade à empresa desde Maio passado, quando o caso de alegado assédio moral à trabalhadora Cristina Tavares foi denunciado pelo Sindicato dos Operários Corticeiros do Norte (SOCN).

“Perguntaram o que estava a fazer, viram que estava a desfazer paletes”, relata Cristina Tavares na TSF. “Perguntaram porque estava lá em cima e não cá em baixo, que é mais fresco. Eu disse que estava no castigo“, continua a trabalhadora.

O SOCN lamenta que a ACT ainda não tenha tomado uma posição relativamente ao caso, segundo refere o dirigente sindical Alírio Martins, também em declarações à TSF.

“Sempre que estiveram cá elaboraram um relatório vago, que diz que estão a acompanhar o processo e que a empresa foi autuada”, frisa Alírio Martins.

“Parece que a ACT ou não quer ou sente-se impotente para resolver um caso destes”, conclui o sindicalista.

Entretanto, Cristina Tavares continua a trabalhar num local, isolado dos colegas que estão “proibidos de falar” com ela, como conta à TSF. O seu trabalho consiste em carregar e descarregar a mesma palete com sacos de rolhas todos os dias, num ambiente que chega a atingir, por vezes, temperaturas de 40 graus, conforme a denúncia do Sindicato.

Da parte da empresa, um elemento citado pela TSF nota que o caso está entregue ao gabinete jurídico e que “talvez a meio da semana” haja uma posição oficial.

ZAP //

7 Comments

  1. Este é apenas um exemplo da muita inércia do ACT e da sua falta de autoridade.

    Se por um lado eles (ACT) que “andam na estrada” não param nas obras com insegurança visível a todos da via pública porque não tem autorização ou não se querem chatear visitando apenas obras “grandes” ou de relevo, por outro, quando atuam e aplicam coimas as empresas recorrem para o tribunal e as multas são reduzidas ao mínimo, os processos demoram anos e, no fim, as empresas condenadas são autorizadas a pagar as coimas em prestações.

    Efetivamente neste pais ainda é mais económico “prevaricar” que cumprir…
    Conheço uma empresa que em 6 anos foi autuada por 17 vezes e sempre recorreu para o tribunal. Cada uma das coimas ascendia a 20 ou 30 mil euros.
    No final o Juiz juntou todos os processos num único processo e aplicou uma multa única de 35 mil euros.
    Como se não fosse suficiente a empresa está a pagar a multa, isenta de juros, em 24 mensalidades.

    • Em contrapartida, quem pede o pagamento do IRS em prestações por não poder pagar o balúrdio que eles pedem, PAGA JUROS… Pequeno é pequeno e está sempre lixado; grande é grande e safa-se sempre… Basta ver o panorama dos políticos condenados a prisão efectiva e andam a passear ao ar livre…

  2. ACT está se marimbando, e o sindicato comem todas da mesma panela, como é possível 3 visitas e tudo continua na mesma? dá que pensar, alguém anda a meter dinheiro ao bolso, e a pobre da funcionária não tem quem a defenda. temos que acabar com a chulice destas empresas sem caracter, patrões ordinários.

  3. SE as autoridades competentes deste País mais tiveram alguma coragem e dignidade, cancelam temporariamente a licença a esta empresa, até que a trabalhadora seja realmente integrada na mesma e seja tratada como um ser humano. Seria a medida mais eficaz para responsabilizar estes Srs. sem escrúpulos.

  4. Mais engraçado é, depois de ligar para a ACT a pedir um exclarecimento, a empresa no dia seguinte saber quem ligou e porquê. Isto de autoridade não tem nada, só mesmo o nome.

  5. Os clientes desta fábrica deviam pensar duas vezes antes comprarem o que quer que seja a esta empresa. O modo desumano como trata esta funcionária é um sinal claro do carácter de quem administra és empresa, com métodos nojentos e próprios da idade média. A empresa tem que ser fortemente penalizada por tratar funcionários como escravos.

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