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Imigração, habitação, defesa, touradas? O debate entre Nuno Melo e Inês Sousa Real foi sempre a discordar. A líder do PAN, considera difícil apoiar um Governo da AD; o centrista exaltou “a paz social” conseguida pelo executivo, no último ano.
Nuno Melo e Inês Sousa Real estiveram frente a frente, na noite deste domingo, num debate de pré-campanha para as eleições legislativas de 18 de Maio.
O debate entre AD e PAN, transmitido pela SIC, foi o segundo em que Nuno Melo representou a coligação PSD/CDS-PP em vez do primeiro-ministro, Luís Montenegro, e no qual procurou defender os resultados da governação em 11 meses.
“Foram feitas promessas há um ano e os resultados da governação superaram todas as expectativas (…) Os profetas da desgraça foram confrontados com bons resultados que contrariam as previsões: o primeiro-ministro é o mesmo, o ministro das Finanças é o mesmo, se nos deram quatro anos faremos muito mais”, defendeu, confrontado com previsões de instituições independentes mais pessimistas em matéria de economia do que o programa eleitoral da AD.
Em particular, o líder do CDS-PP defendeu os acordos de “valorização de 19 carreiras” assinados no último ano: “Conseguimos acabar com o sonho de qualquer esquerdista, que é aquela coisa da perturbação social permanente na rua. (…) Todas estas classes socioprofissionais estão hoje melhor e a rua está tranquila, porque a AD e o Governo descomprimiram a sociedade”, disse.
PAN recusa “solução” com AD
Na fase final do debate, Inês Sousa Real foi questionada sobre a disponibilidade para ser “o fiel da balança” após as eleições antecipadas de 18 de maio, seja à esquerda, seja à direita.
“No que diz respeito ao Governo de Luís Montenegro e às suas políticas é difícil: quando temos um governo que apoia a descida do IVA das touradas e a tortura de animais, que vira as costas às vítimas de violência doméstica ou que não resolve os problemas dos crimes de violação”, respondeu.
Ao longo do debate, os dois foram questionados sobre os problemas da habitação, com Nuno Melo a criticar “alguma esquerda” por recuperar a proposta da limitação às rendas “que era do professor Oliveira Salazar de 1948”.
A líder do PAN defendeu que, nesta matéria, PS e PSD “são iguais, prometem muito e executam pouco”.
Sousa Real aproveitou para introduzir o tema da imigração, acusando a AD de criar “falsas perceções” e defendendo o anterior mecanismo da manifestação de interesses.
Em contraponto, Nuno Melo colou o PAN a uma visão extremista nesta matéria, tal como o Chega: “No PAN, porque vem toda a gente. No Chega, não entra ninguém”.
Em matéria de Defesa, Inês Sousa Real defendeu que Portugal tem sobretudo vocação para a formação e missões humanitárias e não tem capacidade de ser competitivo na indústria do armamento, o que levou o líder do CDS-PP e ministro desta pasta a ironizar se “o país deve passar a bola aos grandes”.
“São os outros que nos vão defender? E se os nossos militares tiverem de combater, vão combater com quê?”, questionou, defendendo que as indústrias de defesa podem ser “uma oportunidade” económica.
Touradas? “Sou omnívoro”
A fechar o debate, que ultrapassou os 30 minutos acordados entre as televisões, os dois divergiram, como é habitual, na questão das touradas.
“A maioria dos portugueses não concordam com as touradas nem que sejam financiadas com dinheiros públicos como faz o Governo da AD”, defendeu Sousa Real.
“Eu não sou um ditador de consciências, não tenciono impor aos outros o meu modelo de vida. Seguramente que não tenho que aceitar o modelo de vida do PAN, eu sou omnívoro e tenciono continuar”, contrapôs Nuno Melo.
ZAP // Lusa
Alguém se importa de explicar ao Nuno Melo como se ele tivesse 5 anos, touradas e alimentação, não são a mesma coisa!
O pior dirigente do CDS-PP de sempre! Em Famalicão não deixou saudades e só não voto no CDS-PP por ser ele o líder…