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Total avisa Angola: ou reduz custos ou fica sem petróleo

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arbyreed / Flickr

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O diretor da maior petrolífera estrangeira em Angola vai solicitar uma reunião ao Governo para avisar que, se os custos de investimento não descerem significativamente, o país arrisca-se a ficar sem indústria do petróleo.

“Se não houver uma significativa redução dos custos, tudo vai parar”, disse o diretor-geral da Total em Angola, Jean-Michel Lavergne, em declarações à agência financeira Bloomberg, nas quais explicou que caso as condições não melhorem, a indústria petrolífera angolana “vai desaparecer”, partindo do princípio que o preço do barril de petróleo se mantém nos 60 dólares.

Em causa estão as várias medidas que o Governo angolano tem tomado nos últimos anos, que fizeram os custos de produção aumentar em 500 milhões de dólares por ano, disse Lavergne durante um fórum empresarial em Luanda, no qual anunciou que está pedida uma reunião com o Governo angolano para dar conta destas preocupações causadas pelos custos da regulação.

Em junho, Angola ultrapassou pela primeira vez a Nigéria enquanto maior produtora subsariana, tendo bombeado 1,77 milhões de barris por ano, embora no total do ano passado a média de produção tenha sido de 1,66 milhões, comparado com os 1,9 milhões da Nigéria.

A Total é a maior produtora de petróleo em Angola, com cerca de 700 mil barris por dia, o que representa mais de 40% da produção do país.

Os poços de petróleo em águas profundas na costa de Angola têm um desenvolvimento muito caro, e a indústria precisa de preços entre 60 a 80 dólares por barril “para a operação fazer sentido”, disse Lavergne.

O preço do barril de petróleo ‘Brent’ está nos 50 dólares por barril, menos de metade do pico do ano passado, e as previsões apontam para um ligeiro acréscimo de preço no próximo ano.

As novas normas sobre as emissões o desperdício, aliadas aos preços baratos, significam que algumas companhias estão a pensar em sair do país, que se tornou o mais recente membro da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP), em 2007, disse o diretor da câmara de comércio Estados Unidos – Angola, Pedro Godinho.

“Há muitas petrolíferas que estão a ponderar sair do país se o cenário mundial não mudar”, disse o responsável durante o evento em que participou também o diretor da Total em Angola.

“A solução para a quebra nas receitas fiscais e dificuldades orçamentais não é matar a galinha que põe os ovos de ouro”, conclui Pedro Godinho.

/Lusa

10 Comments

  1. Apesar de “O preço do barril de petróleo ‘Brent’ está nos 50 dólares por barril, menos de metade do pico do ano passado” continuamos a pagar o mesmo…

    • Não sabia que compravas petróleo… e em dólares…
      A ignorância é uma das principais razões para os problemas no mundo…
      Se calhar, antes de escreveres asneiras, seria preferível usar a Internet para te informares melhor!

  2. Se a quadrilha não usasse o dinheiro do petróleo em proveito próprio, desde o presidente, as filhas, os generais, etc. possivelmente haveria dinheiro para investir na indústria petrolífera, nas infraestruturas, na saúde , na educação, etc. Portugal é que vai perder pela baixa dos investimentos da quadrilha. ACORDA POVO ANGOLANO. Resolve o problema, correndo com eles. JÁ ONTEM ERA TARDE.

  3. Quem se mete em negócios com os angolanos, já deveria saber o que os espera!…
    Se o clã mafioso que governa Angola (provavelmente o pais mais corrupto do mudo!) fica com o dinheiro todo de um país (para depois viver “à grande e à francesa” e comprar negócios um pouco por todo o mundo – enquanto o povo vive estupidificado em favelas), depois claro que, quando a receita baixa, começam os problemas…
    Claro que as grandes multinacionais são cúmplices do regime, por isso, não se podem queixar… aliás, até é muito bem feito – haviam de ficar sem NADA!!
    Só estão o ajudar o regime a roubar o país!!…
    A SONAE é que já se apercebeu com quem se meteu, e que, se calhar, mas vale parar já e perder o que já foi investido, do que continuar e depois ficar sem nada, como aconteceu com a PT, etc…

  4. Ó EU, com que então está tudo explicado. A enormíssima desvalorização do Euro em relação ao Dólar justifica uma ligeiríssima diferença entre o valor da matéria prima e o preço final dos combustíveis! Mas ‎será que umas das principais ‎ razões para os problemas no mundo é mesmo a ignorância ou será antes a ganância. Gostava que alguém me fizesse as contas (eu sou um ignorante) e que me comprovasse que a desvalorização do Euro mesmo acrescida do aumento do ISP e IVA é proporcional à diferença entre o valor do barril de petróleo/brent e o preço dos combustiveis. Eu não tenho a memória assim tão curta e ainda sou do tempo em que o petróleo custava 150 USD e o litro do diesel 1,47€, agora, estamos com o primeiro a 50 USD e segundo a 1,2€. A diferença, de facto, é mínima!!!

  5. Por cá tem tiver dúvidas poderá marcar umas entrevistas com o camarada Jerónimo e certamente este esclarecerá toda esta confusão sobretudo a de algumas cabecinhas andarem a pensar por aí que os comunas seriam capazes de meter a mão naquilo que não lhes pertence.

  6. ”…Angola ultrapassou pela primeira vez a Nigéria enquanto maior produtora subsariana, tendo bombeado 1,77 milhões de barris por ano, contra 1,9 milhões da Nigéria” —> Angola ultrapassou a Nigéria?!

    • Deve ser do novo acordo ortográfico… Agora 1,77 ou 1,66 é mais do que 1,9.
      Mas temos de dar um desconto à IGNORÂNCIA DOS JORNALISTAS… e são tantas as barbaridades que por aqui se lêem.
      O meu filho de 10 anos pode explicar-lhes umas coisas.

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