Torres do Estabelecimento Prisional de Lisboa estão sem vigilância durante 14 horas por dia

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Estabelecimento Prisional de Lisboa

As torres do Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL), onde no início de fevereiro houve desacatos com os reclusos, estão sem vigilância durante 14 horas por dia.

O aviso é do Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP), sobre o caso no Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL): existem “muitas falhas de segurança e os reclusos estão a perceber isso“, cita o Diário de Notícias.

De acordo com o ofício enviado à ministra da Justiça a 15 de fevereiro, existem algumas “torres desativadas, de dia e de noite” e “as visitas estão caóticas com dois guardas para 300 pessoas nas salas de visitas”, onde deviam estar dez elementos da segurança.

“São nove torres de vigia ao todo, no EPL. Das 08h00 da manhã às 22h00 estão todas desativadas ou sem guardas. Às 22h00 são ativadas seis, com um guarda para cada uma. À meia-noite, com a rendição de guardas, fecham duas. Da meia-noite às 08h00 da manhã ficam apenas quatro torres do EPL com vigilância”, explica ao jornal Jorge Alves, presidente do SNCGP.

“Existem apenas duas câmaras de videovigilância no EPL, uma dentro da cadeia, junto ao graduado e que permite ver apenas o corredor onde os reclusos passam. Outra na portaria, onde entram as viaturas”, refere ainda o dirigente sindical.

Em resposta ao DN, por sua vez, a Direção Geral de Reinserção e Serviços Prisionais (DGRSP) “desmente, em absoluto, que a segurança de instalações e de pessoas se encontre em causa no Estabelecimento Prisional de Lisboa”.

Recorde-se que, no passado dia 10 de fevereiro, houve uma rebelião na ala E deste estabelecimento prisional, onde estão entre 200 a 300 reclusos, devido ao abandono do posto por vários guardas, o que provocou dificuldade em manter os horários normais das visitas, refeições e medicação.

Segundo o jornal, os sindicatos Nacional e Independente dos guardas contestam os novos turnos de oito horas, aplicados desde janeiro em seis cadeias, e continuam a pedir a demissão do diretor-geral das prisões, Celso Manata.

Esta segunda-feira, os dirigentes dos sindicatos, Jorge Alves e Júlio Rebelo, estiveram reunidos com a ministra Francisca Van Dunem, que decidiu aguardar por uma avaliação da DGRSP sobre o impacto do novo horário no funcionamento destes estabelecimentos prisionais.

Na próxima quinta-feira à meia-noite, os guardas iniciam uma greve às horas extraordinárias, no período das 16h00 às 19h00, e que afetam os que entram às 08h00, que se vai estender até às 23h59 de dia 28.

ZAP //

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