Sindicato da Guarda Prisional marca vigília para exigir demissão de diretor-geral das prisões

Mário Cruz / Lusa

Esta sexta-feira, o Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional (SNCGP) vai realizar uma vigília junto à sede da Direção-Geral da Reinserção e Serviços Prisionais para exigir a demissão do diretor-geral, Celso Manata.

O Sindicato Nacional do Corpo da Guarda Prisional marcou uma vigília para sexta-feira com o intuito de exigir a demissão de Celso Manata, diretor-geral de Reinserção e Serviços Prisionais. Em causa está o diferendo que opõe o SNCGP e o diretor-geral relativamente à aplicação do novo horário da guarda prisional.

A vigília surge depois de no sábado passado terem acontecido distúrbios no Estabelecimento Prisional de Lisboa (EPL), resultado do encurtamento do período das visitas, motivado pela recusa de guardas prisionais em prolongar o seu horário de trabalho.

Segundo fonte ligada ao EPL, os reclusos partiram caixotes do lixo, deitaram a comida para o chão, vandalizaram o refeitório, tendo sido necessário chamar à cadeia o grupo de intervenção policial dos serviços prisionais. Alguns reclusos chegaram mesmo a incendiar caixotes do lixo.

Na altura, em declarações à agência Lusa, o diretor geral dos Serviços Prisionais afirmou que o abandono do posto por vários guardas do EPL provocou “alguma gritaria” entre os reclusos, “mas não passou disso”.

O grupo de intervenção policial dos serviços prisionais foi chamado à prisão, como “faz parte dos procedimentos, mas nem sequer atuou“.

O diretor-geral Celso Manata disse que “houve um conjunto de guardas que às quatro horas da tarde abandonaram o serviço ilegalmente“, o que provocou “dificuldade em manter os horários normais” nas visitas, refeições e medicação.

O presidente do Sindicato Independente do Corpo da Guarda Prisional refutou as declarações do diretor-geral, sublinhando que os guardas prisionais não abandonaram o serviço, uma vez que o seu horário terminava às 16h00. “Com o novo horário imposto, o diretor-geral quer obrigar os guardas a trabalhar mais duas horas”, disse Júlio Rebelo.

Celso Manata garantiu que o novo horário por turnos de oito horas, que começou em janeiro deste ano em seis estabelecimentos prisionais, “tem estado a funcionar bem em todo lado, menos em Lisboa”, devendo os guardas que saem às 16h00 sair às 19h00.

// Lusa

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