Titan: “Eu sabia a 100% que isto ia acontecer”

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Maxar Technologies/EPA

Buscas pelo Titan

Quem já tinha passado pelo submarino que implodiu não ficou surpreendido com o desfecho. Rush era demasiado confiante.

A implosão que destruiu o Titan não surpreendeu quem já tinha estado dentro do submarino.

As cinco pessoas que estavam no submarino morreram. O veículo fazia uma expedição turística no local de naufrágio do Titanic.

Anteriores passageiros do submarino confessaram na agência Associated Press que este desfecho já era previsível. Porque as falhas tecnológicas já eram evidentes.

Brian Weed, operador de câmera do canal Discovery, esteve no Titan em 2021. Um mergulho de teste. Logo aí repararam em erros: o sistema de propulsão parou de funcionar, os computadores não responderam, as comunicações com a superfície foram cortadas.

Por isso, Brian não tinha dúvidas que algo deste género iria surgir: “Eu sabia a 100% que isto ia acontecer”.

É que as falhas aconteceram quando o Titan estava somente a 30 metros da superfície – e era suposto ir até quase 4 quilómetros de profundidade.

As dúvidas acumularam-se depois dessa viagem teste. Não havia garantia de segurança após a realização de algumas expedições. “Cada vez que viajava, o Titan ficava cada vez mais fraco. E isso é um bocado como jogar na roleta russa“.

Arthur Loibl, empresário que também esteve no Titan noutra viagem, também passou por problemas técnicos durante a sua aventura: luzes apagadas, poupança de energia, problema com bateria e com equilíbrio de peso a bordo. “Agora olhando para trás, vejo que fui um pouco ingénuo“, admite.

Stockton Rush, director-executivo da empresa OceanGate e que estava a pilotar o Titan, terá sido o protagonista desta insistência nas viagens, apesar dos problemas. Rush teria excesso de confiança, quer no Titan, quer nas suas capacidades de engenharia.

James Cameron, realizador do filme Titanic, já tinha apontado três falhas principais no submarino: o visor de acrílico, as duas esferas de vidro para flutuação e o cilindro composto onde os passageiros estavam.

ZAP //

5 Comments

  1. Uma grande tragédia com toda certeza, mas não encontrei nada ainda que justifique o porquê da implosão se as viagens eram sempre para o mesmo local, à mesma profundidade, dessa última vez não deu certo, se a pressão externa ao submarino era a mesma.

    • Chama-se a isso, desgaste de material.
      O material a cada descida vai ficando mais fraco, até que há um ponto de rotura, que causa a implosão.

  2. Pode dobrar um clip e desdobrá-lo, mas não pode fazer isso muitas vezes. O metal acaba por romper. Um submergível, a cada mergulho, um avião, a cada voo, o eixo de um comboio, a cada rotação, sofrem este tipo de desgaste: são “dobrados e desdobrados”. Com o tempo, a fadiga do material ocorre. O eixo de um comboio faz milhões de rotações sem romper, é um caso bem estudado. Os aviões já caíram pela fadiga, mas agora há inspeções que procuram micro fissuras e peças são substituídas ao fim de um certo tempo (como a correia de distribuição de um carro). Neste submersível, faltou experiência e inspeções adequadas; e talvez falhas de projeto.

  3. Pode dobrar um clip e desdobrá-lo, mas não pode fazer isso muitas vezes. O metal acaba por romper. Um submergível, a cada mergulho, um avião, a cada voo, o eixo de um comboio, a cada rotação, sofrem este tipo de desgaste: são “dobrados e desdobrados”. Com o tempo, a fadiga do material ocorre. O eixo de um comboio faz milhões de rotações sem romper, é um caso bem estudado. Os aviões já caíram pela fadiga, mas agora há inspeções que procuram micro fissuras e peças são substituídas ao fim de um certo tempo (como a correia de distribuição de um carro). Neste submersível, faltou experiência e inspeções adequadas; e talvez falhas de projeto.

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