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Tiroteio em mesquita na Noruega. Atirador suspeito de matar meia-irmã

Orn E. Borgen / EPA

No sábado, uma pessoa foi ferida num tiroteio numa mesquita perto de Oslo. O autor dos disparos, que tinha opiniões extremistas, é também suspeito de ter matado a meia-irmã.

O tiroteio ocorreu no centro islâmico al-Nour em Baerum, cidade dos subúrbios de Oslo. “Uma pessoa foi atingida. Não sabemos o nível de gravidade dos ferimentos. Um suspeito foi detido. A polícia está no local”, indicou a polícia através da rede social Twitter, no sábado.

“Um dos nossos foi atingido por balas por um homem branco com um capacete e uniforme”, declarou o responsável da mesquita, Irfan Mushtaq, ao Budstikka, um jornal local. O atirador tinha um colete à prova de bala e teria também duas caçadeiras.

O responsável da mesquita disse igualmente aos media que apenas três fiéis se encontravam no local de culto na altura do ataque e que um deles dominou o atacante.

O primeiro alerta às autoridades foi dado por volta das 16h07 locais. No entanto, como a pessoa que ligou à polícia não falava norueguês fluentemente, a polícia apenas deu uma resposta adequada por volta das 16h30, quando mais chamadas surgiram.

No domingo, a polícia norueguesa anunciou tratar o tiroteio na mesquita como uma “tentativa de ataque terrorista”.

“O levantamento que fizemos mostra que o autor do ataque tinha opiniões extremistas”, declarou numa conferência de imprensa um responsável da polícia de Oslo, Rune Skjold, a propósito do suspeito, um jovem norueguês, adiantando: “Ele tinha posições xenófobas, queria espalhar o terror”.

“Concluímos que estamos a lidar com uma tentativa de ação terrorista”, disse ainda.

Suspeito de matar meia-irmã

Várias horas depois do ataque, a polícia descobriu o corpo de uma jovem, em sua casa, o que levou à abertura de um inquérito por assassínio. Após inicialmente ter indicado que o corpo era de uma parente próxima, a polícia confirmou tratar-se da meia-irmã do suspeito, filha da sua madrasta.

A polícia de Oslo indicou que o suspeito, de “um pouco mais de 20 anos”, vivia em Baerum, que terá agido sozinho e que era conhecido da polícia, embora não tivesse “antecedentes criminais”. Ouvido durante a noite pelos investigadores, o suspeito recusou explicar-se.

Uma mensagem que o suspeito terá divulgado num fórum na internet pouco antes do ataque evoca uma “guerra racial” e presta homenagem ao autor do ataque em março contra duas mesquitas na Nova Zelândia, que causou 51 mortos.

A autenticidade da mensagem e a identidade do seu autor não podem ser determinadas com certeza nesta fase da investigação.

No seu site, a polícia divulgou um comunicado sobre o reforço das medidas de segurança devido à celebração muçulmana do Eid al-Adha (Festa do Sacrifício), que começa hoje.

Atirador nega todas as acusações

O suspeito do ataque a mesquita na Noruega e do homicídio de sua meia-irmã, no sábado, rejeitou todas as acusações que lhe foram feitas, declarou hoje a sua advogada à agência noticiosa francesa AFP.

O homem, identificado pelos noruegueses como Philip Manshaus, de 21 anos, é nesta fase acusado de tentativa de homicídio por abrir fogo na mesquita Al-Noor e por homicídio após a descoberta do cadáver da sua meia-irmã de 17 anos.

“Eu posso confirmar”, disse à AFP a advogada do acusado, Unni Fries, referindo que o seu cliente rejeitou todas as acusações. O suspeito deve comparecer perante o juiz, hoje às 13h00 locais para se determinar se ficará em prisão preventiva.

ZAP // Lusa

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