“Tiro ao lado” de Portugal no caso Manuel Vicente

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PSD / Flickr

Luis Marques Mendes

Portugal emitiu um mandado de detenção para Manuel Vicente, ex-vice-presidente de Angola acusado de corrupção, pensando que ele estaria no nosso país. Mas, afinal, foi “um tiro ao lado das autoridades portuguesas”, como refere Marques Mendes.

No seu habitual espaço de comentário na SIC, Marques Mendes revelou que o tribunal que está a julgar a Operação Fizz, onde Manuel Vicente é acusado de corrupção, recebeu uma “informação da PSP” de que o ex-governante angolano estaria em Portugal.

Assim, foi emitido um mandado de detenção, mas foi “um tiro ao lado das autoridades portuguesas, uma vez que Manuel Vicente estaria, na verdade, em São Tomé e Príncipe, segundo realça o ex-líder do PSD na SIC. “Não havia necessidade”, constata.

Marques Mendes revela ainda que Manuel Vicente enviou, a 19 de Janeiro passado, uma carta à Procuradoria-Geral de Angola para pedir formalmente às autoridades do seu país que solicitem a Portugal a transferência do processo judicial em que está implicado.

Um sinal de que o ex-vice-presidente angolano “está disponível para ser julgado” em Angola, refere Marques Mendes.

O comentador refere, assim, que “nos próximos dias chegará formalmente a Portugal um pedido das autoridades judiciais de Angola para que o processo seja transferido para o país”.

Caso Centeno é “pé na poça” do MP

Comentando o caso de Mário Centeno, e as suspeitas levantadas pelo Ministério Público por causa dos convites que o ministro das Finanças solicitou para assistir a um jogo do Benfica, na tribuna VIP do Estádio da Luz, Marques Mendes constata que foi “um absurdo”.

“O MP meteu o pé na poça”, salienta o comentador da SIC, frisando que “pedir convites para ir para o camarote presidencial de um clube pode ser politicamente errado, mas não é crime”. “É um uso e costume, uma conduta habitual”, e portanto, “deixa de haver crime”.

“Não há recebimento de vantagem indevida, é a lei que o diz, e o Ministério Público devia sabê-lo bem, até porque vários magistrados já usufruíram desse uso e costume em camarotes de clubes de futebol”, considera também Marques Mendes.

Operação Lex é “murro no estômago”

A Operação Lex foi outro processo judicial abordado pelo ex-líder social-democrata no seu habitual espaço de comentário na SIC. Desta feita, para notar que “dois juízes desembargadores [respectivamente Rui Rangel e Fátima Galante] a serem alegadamente corrompidos é um choque” porque é sinal de que “a corrupção já chegou ao mais alto nível da justiça”.

Falando do caso como “um enorme murro no estômago” dos portugueses, Marques Mendes salienta, contudo, que “saber que ninguém fica impune, seja político, banqueiro, magistrado ou dirigente desportivo, é o lado positivo que devemos valorizar”.

“Este é o maior legado da actual Procuradora Geral da República; depois de Joana Marques Vidal a investigação tornou-se mais livre, mais independente e mais abrangente”, conclui Marques Mendes.

ZAP //

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