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Terceira dose da vacina da Pfizer pode ser “precoce”

Abir Sultan / EPA

Após a Pfizer ter manifestado a intenção de pedir uma autorização de emergência para uma terceira dose do seu imunizante, as entidades reguladoras dos Estados Unidos e da Europa não se mostraram convencidas.

A farmacêutica referiu que em agosto quer pedir à Food and Drug Administration (FDA), a autoridade do medicamento nos Estados Unidos, que a terceira dose da vacina seja administrada no país.

Neste sentido, esta semana, a Pfizer vai reunir-se com um painel de peritos norte-americanos para explicar a necessidade de reforçar a imunidade e discutir o pedido, na expetativa de poder acelerar a sua aprovação.

Entre o painel de peritos está Anthony Fauci, o conselheiro médico principal do Presidente Joe Biden e o diretor do Instituto Nacional de Alergias e Doenças Infeciosas, e Rochelle Walensky, a diretora dos Centro de Controlo e Prevenção de Doenças dos Estados Unidos (CDC).

Contudo, as autoridades não estão, pelo menos para já, muito convencidas desta intenção.

“Estamos preparados para doses de reforço se e quando a ciência demonstrar que são necessárias”, reagiram CDC e a FDA ao tomar conhecimento das intenções da Pfizer e BioNTech na quinta-feira.

Também a Agência Europeia de Medicamentos (EMA) se pronunciou e disse ser muito cedo para determinar a necessidade de juntar mais uma dose ao esquema atual de vacinação.

Ao Expresso, o imunologista Luís Delgado, refere que esta avaliação “tem de ser feita uma discussão científica prévia, sem qualquer tipo de pressão”.

Segundo o estudo realizado, disse à AP Mikael Dolsten, investigador da Pfizer, a dose de reforço é recomendada após 12 meses e com ela os níveis de anticorpos aumentam de cinco para 10 vezes mais.

Contudo, Luís Delgado, também professor na Faculdade de Medicina da Universidade do Porto, insiste que é “precoce” a preocupação com uma terceira dose, pois “não é medindo apenas os anticorpos neutralizantes que se percebem as defesas” existentes.

Ainda assim, sublinha, “o que faz sentido é aumentar a vacinação no mundo todo”, fazendo chegar as vacinas aos sítios onde nem a primeira dose está ainda garantida.

Esta é a preocupação manifestada pela Organização Mundial da Saúde, que pediu aos países mais ricos para partilharem as doses disponíveis.

ZAP //

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