Hugo Delgado / Lusa
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O primeiro-ministro, Luís Montenegro
Montenegro deverá aproveitar a saída de Hernâni Dias do Governo para também remover Paulo Ribeiro e Cristina Vaz Tomé, que estarão a causar problemas no seio do executivo.
Segundo avançam a TVI e a CNN Portugal, o primeiro-ministro Luís Montenegro está a preparar a primeira remodelação do seu Governo, com alterações a nível dos secretários de Estado.
A decisão surge após a saída de Hernâni Dias, secretário de Estado do Ordenamento do Território, que se demitiu após ser revelado que recentemente criou duas empresas imobiliárias — o que levantou dúvidas sobre um conflito de interesses dado o seu envolvimento na redação da nova lei dos solos.
Para além da polémica em torno das imobiliárias, Hernâni Dias está ainda a ser investigado pela Procuradoria Europeia devido a suspeitas de uso indevido de fundos europeus quando era Presidente da Câmara Municipal de Bragança.
O Laboratório Nacional de Engenharia Civil (LNEC) identificou faturas de 808 mil euros por obras que nunca avançaram e suspeitas de contrapartidas com um apartamento no Porto detido por uma construtora que assinou contratos com a autarquia.
Apesar de negar todas as acusações e de alegar que está de “consciência absolutamente tranquila”, Hernâni Dias demitiu-se para “proteger a estabilidade do Governo e, em especial, a posição do senhor primeiro-ministro”.
Montenegro deve aproveitar a saída de Hernâni Dias e fazer mais mexidas no Governo, afastando secretários de Estado que têm sido motivo de tensão e motivado pedidos de outros. Paulo Ribeiro, Secretário de Estado da Proteção Civil, e Cristina Vaz Tomé, Secretária de Estado da Gestão da Saúde, serão os nomes na lista. Esta primeira remodelação, contudo, não afetará nenhum ministro.
A urgência na substituição dos governantes deve-se, em parte, à pressão do Presidente da República.
Marcelo Rebelo de Sousa manifestou publicamente o desejo de resolver o processo de saída de Hernâni Dias antes da sua viagem ao Brasil, prevista para esta semana. Com outras saídas na calha, o chefe de Estado terá mais nomes para avaliar e empossar antes da viagem.