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As tempestades marcianas podem criar “faíscas” elétricas (brilhantes e roxas)

NASA

As tempestades de areia do Planeta Vermelho podem brilhar no escuro. Segundo os cientistas, o atrito das partículas de areia pode criar pequenos “raios”, como os que ocorrem dentro das nuvens de gás e cinzas que emergem de vulcões em erupção.

Quando uma tempestade de areia assola Marte, o ar pode crepitar brilhantes partículas de luz roxa, resultantes da colisão de partículas de poeira carregadas estaticamente. Esta é a mais recente conclusão de uma investigação, cujo artigo científico será publicado na Icarus, este mês.

De acordo com a Space, estas faíscas coloridas são inofensivas. No entanto, a presença de forças eletrostáticas no Planeta Vermelho pode ter implicações abrangentes no entendimento geral da atmosfera marciana e do seu potencial para sustentar vida, disse Joshua Méndez Harper, geólogo da Universidade de Oregon, nos Estados Unidos.

“Pequenas faíscas podem catalisar a produção de produtos químicos capazes de impactar a presença de materiais orgânicos”, explicou o investigador em declarações ao Live Science. “Um artigo recente sugeriu que os percloratos – compostos tóxicos para muitas formas de vida – podem ser gerados por descargas em pequena escala.”

Brilho corona

Méndez Harpere e a sua equipa replicaram a atmosfera de baixa pressão de Marte dentro de recipientes de vidro e, para simular a poeira marciana, juntaram pequenos grãos de basalto vulcânico, com uma composição semelhante às rochas detetadas no Planeta Vermelho. A equipa também usou jatos de dióxido de carbono para “agitar” as partículas.

Quando as rajadas de poeira começaram a “acender” a equipa ficou muito surpreendida. Os resultados indicam, nas palavras de Méndez Harper, que as tempestades de poeira marcianas podem estar “a estalar com eletricidade”.

Ao contrário do que acontece na Terra, as cargas em Marte nunca se acumulam ao ponto de formar longos filamentos de relâmpagos. Em vez disso, as tempestades de areia marcianas podem erguer-se com pequenas faíscas que fazem as nuvens grossas brilharem na cor roxa.

O efeito é chamado de “brilho corona”.

Liliana Malainho, ZAP //

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